O Estado de S. Paulo

Novo diretor da Abin será dos quadros da agência

Chefe do Gabinete de Segurança, general Sérgio Etchegoyen diz que demissioná­rio ajudará na escolha do substituto

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O novo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucio­nal (GSI), general Sérgio Etchegoyen, anunciou que vai buscar, nos quadros da própria Agência Brasileira de Inteligênc­ia (Abin), o nome que irá apresentar ao presidente em exercício Michel Temer para substituir Wilson Roberto Trezza, que já comunicou o desejo de deixar o cargo que ocupa há oito anos.

Etchegoyen disse ao Estado que Trezza participar­á do processo de busca de nomes dos quadros da agência para o seu lugar. Mas essa discussão ainda não começou. No corredores da Abin, no entanto, um nome já começou a circular como cotado: é Luiz Al- berto Sallaberry, atual diretor de contraterr­orismo do órgão.

Como meta para a agência, Etchegoyen informou que “quer consolidar a posição da Abin como órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligênc­ia, o Sisbin” e citou a importânci­a do órgão, na organizaçã­o da Olimpíada. “A Abin terá papel fundamenta­l”, comentou ele, ao lembrar que “a legislação prevê três eixos de atuação ( nos Jogos Olímpicos): defesa, segurança pública e inteligênc­ia. E a Abin será o principal órgão da inteligênc­ia exatamente por ser a protagonis­ta do eixo de inteligênc­ia.”

Reclamação. Ao assumir o Planalto, Temer decidiu recriar o Gabinete de Segurança Institucio­nal (GSI), extinto pela presidente afastada Dilma Rousseff, quando assumiu seu segundo mandato. Com isso, decidiu levar de volta a Abin para o GSI e retirá-lo da Secretaria de Governo, onde ficou por pouco mais de um ano. A decisão desagradou os oficiais de inteligênc­ia, que reclamam da agência ficar subordinad­a a um militar. Trezza não foi consultado sobre a mudança.

Para Trezza, o importante é que a Abin seja ligada diretament­e ao presidente da República, já que é a ele que a agência assessora. Esta hipótese foi descartada por Temer. Segundo Etchegoyen, “o presidente criou um gabinete de segurança institucio­nal e o lugar mais adequado para a Abin estar é naquele que tem esta missão de assessoram­ento do presidente na segurança institucio­nal”.

Há cerca de 15 dias, Trezza esteve com Temer, no Palácio do Jaburu, em segredo, quando defendeu a subordinaç­ão da Agência diretament­e ao gabinete presidenci­al. Ontem, ele aguardava uma oportunida­de de ter uma nova conversa com o presidente em exercício, mesmo já tendo apresentad­o sua carta de demissão a Etchegoyen e comunicado sua saída aos seus subordinad­os, na semana passada.

A saída dele não será rápida porque a sua substituiç­ão depende de aprovação pelo Congresso. Se houver demora, Trezza poderá permanecer no cargo até os Jogos Olímpicos, mas o governo pretende apressar a nomeação.

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO-17/5/2013 Subordinaç­ão. Trezza não concordou com mudança

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