O Estado de S. Paulo

Aliado de Alckmin tenta barrar abertura da CPI da Merenda

Campos Machado alega irregulari­dade; deputados aprovam regime de urgência do projeto que cria a comissão

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Líder do PTB e aliado do govern a d o r Ge r a l d o A l c k mi n (PSDB), o deputado Campos Machado tentará anular o requerimen­to com o pedido de instalação da CPI da Merenda na Assembleia Legislativ­a de São Paulo (Alesp), protocolad­o na semana passada com ampla adesão de parlamenta­res após a ocupação do plenário da Casa por estudantes de escolas técnicas e estaduais. Ontem, por 49 votos, deputados da base e da oposição aprovaram o regime de urgência do projeto que cria a Comissão Parlamenta­r de Inquérito, acelerando sua instalação.

Segundo Campos, o requerimen­to da CPI foi assinado pelo presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), o que é proibido pelo regimento interno. O tucano é um dos investigad­os pela Operação Alba Branca, da Polícia Civil e do Ministério Público Es- tadual, por suspeita de integrar o esquema de superfatur­amento e pagamento de propina em convênios da Cooperativ­a Agrícola Familiar para fornecimen­to de suco na merenda escolar para o Estado e 22 prefeitura­s. Ele nega.

O petebista, que se diz contrário à comissão porque o caso já é investigad­o pela polícia e pela Promotoria, questiona ainda o fato de a Alesp querer dar prioridade à CPI da Merenda em vez de outras comissões protocolad­as antes, como a CPI do Detran, para investigar suposto esquema de corrupção no Departa- mento Estadual de Trânsito. “O que é estranho é que de uma hora para outra todo mundo resolveu assinar a CPI, só por causa da invasão dos alunos. Não pode ser assim. Até o presidente assinou, o que não pode. Talvez esse requerimen­to seja nulo”, disse.

O projeto de resolução que cria a CPI deve começar a ser discutido hoje no plenário, mas a tendência é que a comissão só seja instalada na semana que vem ou em junho por causa das obstruções que Campos pretende fazer. Os deputados discutem a proposta por até seis horas em duas comissões em plenário para depois votar o projeto. Se for aprovado, o presidente da Casa pede aos líderes que indiquem os parlamenta­res que farão parte da CPI e o integrante mais velho convoca a primeira reunião da comissão.

“CPI, em 99% dos casos, não serve para investigar nada, apenas para fins políticos. Voto a favor única e exclusivam­ente pela bancada do PSDB”, disse o tucano Barros Munhoz. “Votamos nesta noite sobre pressão de meia dúzia de estudantes que invadiram essa casa”, criticou Campos Machado. O ex-reitor da Universida­de de São Paulo (USP) João Grandino Rodas conseguiu reverter na Justiça a cassação de sua aposentado­ria. O Tribunal de Justiça aceitou um mandado de segurança de Rodas contra processo administra­tivo instaurado pelo atual reitor da USP, Marco Antonio Zago, que alega que o antecessor tomou medidas que causaram “lesão aos cofres públicos” e desequilíb­rio financeiro à universida­de. Cabe recurso. Rodas foi reitor entre 2010 e 2014 e se aposentou em agosto com salário bruto de R$ 20 mil.

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