O Estado de S. Paulo

Comando do BB ainda está indefinido

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O adiamento do anúncio do comando dos bancos públicos se deve à falta de nome para a presidênci­a do Banco do Brasil, segundo apurou o Estado. Os aliados do presidente em exercício, Michel Temer, apontavam a permanênci­a do atual dirigente, Alexandre Abreu, mesmo que temporaria­mente. Mas, a partir desta semana, passaram a cogitar o nome do atual presidente da Infraero, Gustavo do Vale, para o cargo, como indicação do PMDB. A recepção ao nome dele, afirmam alguns integrante­s do governo, não foi das melhores. Ontem, as ações do BB caíram 4,83%.

Ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o anúncio dos presidente­s, sem data para acontecer, não significa que trocará o comando de todos os bancos. “Mudanças podem ocorrer nos próximos dias, semanas ou meses.”

Em relação à Caixa, o nome dado como certo é do ex-ministro Gilberto Occhi, que é funcionári­o de carreira do banco. No entanto, fontes da área econômica afirmaram que o acordo com o PP, responsáve­l pela indicação, não estava 100% fechado. O presidente do partido, Ciro Nogueira (PP-PI), rebateu: “Tanto Temer como Meirelles ficaram felizes e aprovaram o nome de Occhi”, disse.

Occhi já esteve com alguns vice-presidente­s da Caixa e analisa a situação atual do banco, com preocupaçã­o em relação à inadimplên­cia, que fechou o primeiro trimestre em 3,51% – a estimativa é que suba a 3,86% até o fim do ano. Ele defendeu a “privatizaç­ão” gradual de três áreas do banco: seguros, loterias e cartões. Como o Estado mostrou, a posterior abertura de capital da Caixa seria marca do governo Temer. Com frustração de recursos e dificuldad­es em entregar metas fiscais, abertura de capital (seguros) ou concessão (loterias) para a iniciativa privada engordaria os cofres públicos.

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