Crítico da aposentadoria precoce vai comandar a Previdência
Marcelo Caetano vai integrar a equipe de Meirelles, ao lado de Mansueto Almeida e Carlos Hamilton
A Previdência, um dos mais importantes pilares econômicos do governo de Michel Temer, será comandada por um crítico do sistema de aposentadoria no Brasil, Marcelo Caetano. O economista, escolhido pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é autor de estudos que destacam os prejuízos da aposentadoria precoce diante do aumento da expectativa de vida do brasileiro.
Caetano compõe, ao lado de Carlos Hamilton e Mansueto Almeida – os outros nomes novos que Meirelles confirmou ontem em sua equipe –, a “nova cara” do Ministério da Fazenda. O secretário da Previdência não estava presente ao lado de Meirelles durante o anúncio. Segundo o ministro, Caetano está no exterior, mas em constante contato por “meios eletrônicos”.
Com a redução do número de ministérios, a Previdência passou a ser vinculada à Fazenda. A escolha de Caetano se deve ao fato de ele já ter todo o diagnóstico do setor “na cabeça”. “Ele é técnico do Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea) e estuda a Previdência há muito tempo. Saberá achar soluções para eliminar o desequilíbrio nessa área”, avaliou José Luiz Pagnussat, do Conselho Federal de Economia (Cofecon).
Carlos Hamilton, ex-diretor do Banco Central, como secretário de Política Econômica (SPE) terá uma nova função dentro do governo. Precisará, segundo destacou Meirelles, formular as medidas macroeconômicas.
O ministro decidiu apartar novamente a SPE da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae). Elas haviam sido unificadas na gestão do ex-minis- tro Nelson Barbosa. Para comandar a SEAE, escolheu o também economista do Ipea Mansueto Almeida, um especialista em contas públicas. O ministro da Fazenda o incumbiu de elaborar o diagnóstico das despesas públicas.
Meirelles manteve nos mesmos cargos os técnicos que já tentavam controlar os gastos e aumentar a arrecadação. Otávio Ladeira permanecerá, ao menos por enquanto, no comando do Tesouro Nacional, enquanto Jorge Rachid seguirá à frente da Receita Federal. Ontem, na coletiva de imprensa, o ministro teceu elogios à atuação e competência de Rachid. “É um profissional de grande competência e respeito”, disse.
Idade mínima. Embora o governo tenha pedido 30 dias para formular e apresentar uma proposta de reforma da Previdência, a defesa feita por Meirelles, na semana passada, por uma idade mínima para a aposentadoria está alinhada às críticas feitas por Caetano ao sistema previdenciário, conforme entrevista dada ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, em fevereiro.
Entre os argumentos de Caetano está o fato de que a idade média de aposentadoria no País é de 57,5 anos, enquanto a expectativa de vida é de 75 anos. O Secretário executivo do Ministério da Fazenda Ocupou esse cargo na gestão Levy. Foi secretário do Tesouro entre 2006 e 2007. Também foi diretor executivo da Bradesco Seguros. Secretário da Previdência Economista do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea) há quase 20 anos. Já atuou como coordenador de atuário da Previdência.
Brasil é um dos poucos países que não estipula uma idade mínima para aposentadoria, desde que os trabalhadores contribuam por um tempo mínimo – 35 anos para homens e 30 anos para mulheres. Secretário de Política Econômica Diretor da J&F, que controla a JBS, holding da qual Meirelles foi presidente consultivo. Foi diretor de Política Econômica do BC de 2010 a 2015. Secretário da Receita Federal Foi nomeado pelo ex-ministro Joaquim Levy para o cargo. Já tinha desempenhado a mesma função entre 2003 e 2008.
Na avaliação do novo secretário, pesquisador do Ipea, é preciso desvincular o piso previdenciário do salário mínimo, evitando um “gatilho” que eleve as contas da Previdência em R$ 20 milhões para cada R$ 1 de reajuste Secretário de Acompanhamento Econômico Economista do Ipea e especialista em finanças públicas. Foi um dos colaboradores da campanha de Aécio Neves (PSDBMG) à Presidência em 2014. Secretário do Tesouro Nacional Funcionário de carreira do Tesouro, assumiu o comando da secretaria na gestão do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa.
dos salários. Caetano também defende como medida urgente o fim da acumulação de benefícios previdenciários por uma só pessoa. /