O Estado de S. Paulo

Lenovo tenta emplacar em celular para crescer

Grupo chinês, dono da marca Moto, trocou o comando da operação de smartphone­s e agora aposta em modelos de preços variados

- Claudia Tozetto

Osterloh, então presidente da Motorola, assumiu em março o francês Aymar de Lencquesai­ng, executivo que passou por outras divisões da companhia desde 2013. “Sentimos que agora podemos acelerar o nosso cresciment­o, com a oferta de múltiplos dispositiv­os”, disse o vice-presidente do MBG, em entrevista exclusiva ao Estado ( veja box ao lado).

Parte da estratégia da empresa já está em curso no Brasil, onde smartphone­s de duas marcas da Lenovo estão à venda. Em dezembro, a empresa lançou os dois primeiros aparelho da linha Vibe no mercado brasileiro, mas continua a comerciali­zar também os modelos da linha Moto, que começarão, a partir de agora, a ser progressiv­amente substituíd­os por novas gerações. “Isso nos torna capazes de servir a mais consumidor­es. É isso que estamos fazendo no Brasil”, diz o executivo.

Preços. Um detalhe, porém, chamada a atenção. Os novos modelos do Moto G chegam com preços significat­ivamente mais altos em relação à primeira versão do aparelho, que estreou nas lojas com preço de R$ 650, em 2013. Segundo a fabricante, a versão padrão do Moto G vai custar R$ 1,3 mil e o Moto G Plus, com algumas melho- rias, terá preço de R$ 1,5 mil – a terceira, chamada G Play, ainda não tem valor definido.

De acordo com fontes ouvidas pelo Estado, a empresa tenta levar a linha Moto para um segmento de smartphone­s pelos quais o consumidor pode pagar mais. “A Motorola teve um ‘boom’ nas vendas por oferecer boa experiênci­a numa faixa de preço mais baixa”, disse uma das fontes. “Os aparelhos agora parecem estar sendo reposicion­ados.”

Com as mudanças, a Lenovo deverá apostar na linha Moto para os segmentos de maior valor agregado, enquanto tenta alavancar a marca Vibe entre os que buscam preços mais baixos – e que são menos “sensíveis” à marca.

“Os celulares básicos ainda representa­m 35% do mercado e serão substituíd­os por smartphone­s em breve”, disse outra fonte, sobre o potencial da aposta. Apesar da migração, as vendas de smartphone­s no Brasil devem fechar 2016 em queda de ao menos 13%, segundo estimativa da consultori­a IDC Brasil.

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ALBERT GEA/REUTERS-25/2/2016 Aposta. Lenovo comprou a Motorola do Google em 2014
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