O Estado de S. Paulo

PMs depõem sobre morte de garoto de 10 anos

Ouvidor tentou acompanhar oitivas, mas foi barrado; secretário diz que há muitas ‘especulaçõ­es’ sobre caso

- Bruno Ribeiro Luiz Alexandre Souza Ventura

Policiais militares envolvidos na ocorrência que terminou na morte de um menino de 10 anos, na quinta-feira da semana passada, voltaram a prestar depoimento ontem na sede do Departamen­to de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O garoto, que havia furtado um carro, morreu com um tiro na cabeça durante a perseguiçã­o.

Israel Renan Ribeiro da Silva, Otávio de Marqui, Jorge Luiz Tinarelli e Luiz Carlos Aparecido Sampaio chegaram ao prédio da Polícia Civil, no centro de São Paulo, à paisana, às 10h30 e, até as 20h30, continuava­m no local. O ouvidor das polícias, Júlio César Fernandes Neves, tentou acompanhar as oitivas, mas teve o pedido negado pela diretora do DHPP, a delegada Elisabete Sato.

Um menino de 11 anos, amigo da vítima, e que estava no carro no momento da ocorrência, disse, em um terceiro depoimento, que não houve resistênci­a como a relatada pela polícia, com tiros após a abordagem. Os investigad­ores querem entender quais foram as circunstân­cias do fim da perseguiçã­o e se havia necessidad­e para o disparo que matou o garoto.

Ontem, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, criticou o que chamou de “especulaçõ­es” sobre a morte do garoto. “Tem muita gente falando além do que pode falar”, disse.

As declaraçõe­s foram feitas durante entrevista em Santos, no litoral sul, após o secretário presidir uma reunião do Gabinete Metropolit­ano de Gestão Es-

Investigaç­ão Além do DHPP, o caso está sob investigaç­ão da Corregedor­ia da Polícia Militar, que abriu inquérito administra­tivo e acompanha a atuação da Polícia Civil. tratégica de Segurança Pública (Gamesp) da Baixada Santista.

Segundo Barbosa Filho, as investigaç­ões ainda não foram concluídas, mas “estão caminhando”. “Não existe, por exemplo, um laudo atestando a impossibil­idade do disparo de arma de fogo de dentro para fora do carro. Assim como não houve nenhuma deturpação da cena do crime”, disse.

“O DHPP jamais afirmou que a cena foi revirada. Alguém disse isso e essa informação virou notícia”, comentou. “Tanto a chegada do Samu como a retirada do menino de dentro do veículo e a vistoria para procurar outra possível arma no automóvel fazem parte do trabalho de apuração. A cena não foi revirada”, reforçou.

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MARCO SILVA/FUTURA PRESS Negativa. Mágino (à dir.) diz que cena não foi revirada

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