O Estado de S. Paulo

Governo do Rio volta a atrasar salários

Sob a alegação de agravament­o da crise financeira, governo anunciou que os pagamentos referentes a maio serão feitos em duas parcelas

- Mariana Sallowicz

O governo do Rio vai voltar a atrasar os salários dos servidores, sob a alegação do agravament­o da crise financeira do Estado. O pagamento referente ao mês de maio será feito em duas parcelas, sendo o primeiro depósito no próximo dia 14, décimo dia útil do mês.

Será quitada 70% da folha de pagamento na data, com desembolso de R$ 1,1 bilhão. Ao todo, são 478,8 mil funcionári­os, entre ativos, aposentado­s e pensionist­as do Poder Executivo.

Apenas os 85.737 servidores ativos da secretaria de Educação receberão o salário integral no dia 14, informou o governo fluminense. Para os demais trabalhado­res, será paga uma primeira parcela na mesma data. No entanto, não há data definida para o acerto do valor restante, o que será anunciado na próxima semana.

“O governo do Estado está concentran­do esforços para quitar a parcela restante no fim deste mês”, informou, em nota.

O Estado do Rio definiu uma conta para o cálculo da primeira parcela de cada servidor. Foi decidido que os trabalhado­res receberão no dia 14 R$ 1 mil mais 50% da diferença entre o valor líquido do seu vencimento e a parcela de R$ 1 mil. Um servidor que recebe, por exemplo, R$ 4 mil líquidos, terá depositado­s R$ 1 mil mais R$ 1,5 mil (valor correspond­e à metade da diferença entre R$ 4 mil e R$ 1 mil).

Os servidores ativos da Educação serão pagos com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvi­mento da Educação Básica (Fundeb), que, de acordo com o governo estadual, podem ser destinados apenas aos servidores da ativa.

Novo atraso. Não é a primeira vez que o Rio atrasa o pagamen- to dos servidores. Primeiro, o governo mudou a data de pagamento dos servidores. Em abril, decidiu postergar para maio o pagamento dos vencimento­s de março de parte dos servidores aposentado­s e pensionist­as.

Em ação movida pela Defensoria Pública, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro bloqueou R$ 649 milhões de contas bancá- rias do Estado para regulariza­r esses pagamentos. Depois, voltou a ter recursos bloqueados.

Os vencimento­s foram pagos, mas o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal, alegando que os recursos depositado­s vinham de financiame­ntos para investimen­tos e não poderiam, por lei, ser usados para pagar folha de pessoal.

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO -11/3/2016 Manifestaç­ão. Servidores têm feito protestos contra os atrasos de pagamento no Rio

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