O PEDIDO DE JANOT
Quem se esqueceria?
Ao saber do seu pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), disse José Sarney: “O Brasil conhece a minha trajetória, o meu cuidado no trato da coisa pública”. Concordo. Quem se esqueceria das tentativas de se apropriar do Convento das Mercês, em São Luís do Maranhão, e de transformá-lo num museu privativo? E quanto àquele trabalhador com traumatismo craniano e clavícula quebrada que agonizou até a morte por falta de transporte aéreo de emergência, enquanto Sarney desembarcava sua bagagem do helicóptero da Polícia Militar após passear pelo litoral maranhense a bordo da aeronave? E os atos secretos no Senado que revelaram a nomeação de parentes e amigos aos montes com um simples telefonema? E o Índice de Desenvolvi- mento Humano (IDH) do Maranhão, um dos piores do País, depois de mais de meio século de domínio do clã Sarney naquele Estado? Sarney também disse ter “verdadeira devoção à Justiça”. Será? Como explica, então, usar sua influência no Judiciário para barrar a Operação Boi Barrica? E a mordaça no Estadão, que está há 2.449 dias proibido de tocar no assunto? SERGIO APARECIDO NARDELLI saparecidonardelli@bol.com.br São Paulo
Precedente
José Sarney se diz “perplexo, indignado e revoltado” e se julga merecedor de respeito, esquecendo-se de que a lei deveria ser igual para todo e qualquer cidadão brasileiro. Perplexos, indignados e revoltados estamos nós, cidadãos brasileiros, com a desfaçatez, a ousadia e a pretensão de impunidade destes maus políticos! Caso o STF conceda tra- tamento especial ao ex-presidente, estará abrindo um precedente perigoso, que certamente será invocado pelos advogados de outro notório ex-presidente. FRANCISCO PAULO URAS francisco.uras@uras.com.br São Paulo
Revoltados
Perplexo, indignado e revoltado – e assim com total razão – é como todo morador do Estado do Maranhão, o segundo pior em IDH no Brasil após 50 anos do exercício da oligarquia da família Sarney, deveria se sentir convivendo com as mazelas cotidianas por que passam. LUIZ NUSBAUM lnusbaum@uol.com.br São Paulo
A palavra do STF
A divulgação do pedido de prisão do poderoso trio peemede- bista Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney pode impactar no cenário político e jurídico do País. Segundo alguns especialistas em Direito, a prisão não pode ser concretizada baseada somente nos áudios vazados da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Já quanto ao pedido de prisão de Eduardo Cunha, a opinião jurídica e pública é unânime: cadeia nele. Para chegar a esse extremo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem de estar calçado por provas contundentes, ainda não reveladas à população. Ou será que ele entrou num jogo arriscado, só para pressionar o Supremo Tribunal Federal, o ministro relator da Operação Lava Jato, Teori Zavascki, e inflamar a opinião pública? Qual será a decisão da Suprema Corte? Levará a cabo o pedido de Janot ou julgará em acordo com o princípio in dubio pro reo (na dúvida, a favor do réu)? Com a palavra, a mais alta instância do Poder Judiciá- rio brasileiro. SÉRGIO DAFRÉ sergio_dafre@hotmail.com Jundiaí
Distração
Na minha opinião, o principal objetivo do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é causar perplexidade, polêmica e desviar o foco do processo do impeachment de Dilma Rousseff. Agora só falta saber como isso ajudaria Dilma, PT e, principalmente, o ex-presidente e futuro presidiário Lula. FABIO ORBITE inforbite@yahoo.com.br São Paulo
Timing errado
O sr. Rodrigo Janot criou a maior confusão em Brasília ao acusar os srs. Renan, Jucá e Sarney de atrapalharem a Operação Lava Jato. Não foi uma ocasião oportuna. Podia esperar até o impeachment de Dilma Rousseff ser resolvido. Positivamente, ele demonstrou que é um petista até debaixo d’água. Fez o que nem Lula nem o PT ainda conseguiram. RONALD MARTINS DA CUNHA ronaldcunha@hotmail.com Monte Santo de Minas (MG)
Pelo PT
Janot, “o probo”, atua com afinco para deixar o petista Jorge Viana na presidência do Senado. FRANCISCO JOSÉ SIDOTI fransidoti@gmail.com São Paulo
Voto de confiança
Depois que o procurador-geral da República pediu ao STF a prisão de Renan, Sarney, Jucá e também de Eduardo Cunha, muito se tem criticado essa sua decisão. Principalmente com re-