Ipiranga, do Grupo Ultra, bate rivais e fica com a rede Ale por R$ 2,17 bilhões
O Grupo Ultra, por meio da marca de postos de combustíveis Ipiranga, anunciou ontem a compra de 100% da rede de postos de combustíveis Ale, a quarta maior do setor no País, por R$ 2,17 bilhões. A companhia, comandada pelo empresário Marcelo Alecrim, detém 3,1% do mercado brasileiro e vai ajudar a Ipiranga, atual vice-líder, a ficar mais próxima da primeira colocada, a BR Distribuidora, da Petrobrás.
Segundo apurou o Estado, o empresário Marcelo Alecrim deverá permanecer no negócio por pelo menos mais um ano, ajudando na transição da Ale para a Ipiranga. A rede montada por Alecrim e seus sócios contabiliza hoje cerca de 2 mil postos de combustíveis, que agora serão unidos aos mais de 7,2 mil que estampam a marca Ipiranga. Em 2015, a Ale teve receita de R$ 11,4 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 275 milhões.
Fontes do setor afirmam que a Ale era a última distribuidora com fatia relevante e profissionalizada disponível no mercado – por isso, era alvo de cobiça da Raízen (parceria entre Cosan e Shell) e da Ipiranga há pelo menos três anos. Fundos de investimentos como Warburg Pincus e Advent também teriam voltado a olhar o negócio nos últimos meses, quando o Banco Safra voltou a ofertar o ativo no mercado. O valor do acordo saiu dentro das expectativas do mercado, que eram de R$ 2 bilhões.
O preço anunciado para o negócio, de R$ 2,17 bilhões, terá um desconto de R$ 737 milhões referente à dívida da Ale em 31 de dezembro de 2015, o que reduzirá o valor que efetivamente será pago aos sócios – eles vão embolsar pouco mais de R$ 1,4 bilhão. O acordo anunciado ontem ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
No entanto, fontes de mercado afirmam que não haveria pro- Disputa acirrada