O Estado de S. Paulo

Ipiranga, do Grupo Ultra, bate rivais e fica com a rede Ale por R$ 2,17 bilhões

- Fernando Scheller

O Grupo Ultra, por meio da marca de postos de combustíve­is Ipiranga, anunciou ontem a compra de 100% da rede de postos de combustíve­is Ale, a quarta maior do setor no País, por R$ 2,17 bilhões. A companhia, comandada pelo empresário Marcelo Alecrim, detém 3,1% do mercado brasileiro e vai ajudar a Ipiranga, atual vice-líder, a ficar mais próxima da primeira colocada, a BR Distribuid­ora, da Petrobrás.

Segundo apurou o Estado, o empresário Marcelo Alecrim deverá permanecer no negócio por pelo menos mais um ano, ajudando na transição da Ale para a Ipiranga. A rede montada por Alecrim e seus sócios contabiliz­a hoje cerca de 2 mil postos de combustíve­is, que agora serão unidos aos mais de 7,2 mil que estampam a marca Ipiranga. Em 2015, a Ale teve receita de R$ 11,4 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciaçõ­es e amortizaçõ­es) de R$ 275 milhões.

Fontes do setor afirmam que a Ale era a última distribuid­ora com fatia relevante e profission­alizada disponível no mercado – por isso, era alvo de cobiça da Raízen (parceria entre Cosan e Shell) e da Ipiranga há pelo menos três anos. Fundos de investimen­tos como Warburg Pincus e Advent também teriam voltado a olhar o negócio nos últimos meses, quando o Banco Safra voltou a ofertar o ativo no mercado. O valor do acordo saiu dentro das expectativ­as do mercado, que eram de R$ 2 bilhões.

O preço anunciado para o negócio, de R$ 2,17 bilhões, terá um desconto de R$ 737 milhões referente à dívida da Ale em 31 de dezembro de 2015, o que reduzirá o valor que efetivamen­te será pago aos sócios – eles vão embolsar pouco mais de R$ 1,4 bilhão. O acordo anunciado ontem ainda depende da aprovação do Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade).

No entanto, fontes de mercado afirmam que não haveria pro- Disputa acirrada

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ANDRE DUSEK/ESTADÃO-5/12/2014 Um ativo cobiçado. Com 3,1% do mercado brasileiro, Ale era a maior entre as empresas ‘independen­tes’ do setor

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