R$ 350 mil
é o valor médio de recursos arrecadados por campanha
porém, foi um pouco diferente. Além de anunciar no Broota, o cofundador da startup Tiago Peterson fez a captação durante a Campus Party deste ano. “Apresentamos os benefícios aos investidores e conseguimos R$ 100 mil em apenas um dia.”
A partir da rodada de capta- ção, feita no ano passado, a startup Timokids conseguiu reunir 55 investidores. “Os investidores são bem diversificados e cada um me ajuda em sua área de conhecimento. O engraçado é que todo mundo é dono, mas nenhum deles é chefe”, comenta a empreendedora.
Uma das pessoas que apostou na startup foi o empresário Mateus Lana. A decisão de adquirir duas cotas de participação na empresa, no valor de R$ 1 mil cada, veio da curiosidade pelo novo modelo de captação de investimento. “Eu tinha dúvidas sobre a transparência, mas fiquei muito satisfeito porque a empresa enviava relatórios todo mês”, conta. Quando a Timokids resolveu fazer uma nova oferta de captação, Lana revendeu suas cotas. “Em menos de seis meses, a rentabilidade alcançou 50%.”
Aposta. Embora seja possível ter bons resultados com os aportes, como o exemplo de Lana mostra, o investimento em qualquer startup é incerto. Para o fundador da aceleradora StartFarm, Felipe Matos, a modalidade de investimento por meio de financiamento coletivo é uma das mais arriscadas que existem. “É preciso pensar em longo prazo, porque vai levar um tempo para a startup crescer e se desenvolver”, diz.
Por outro lado, a máxima do mercado financeiro se aplica a este tipo de investimento: ‘quanto maior o risco, maior o retorno’. “O rendimento é tão alto que o retorno de poucas em- presas pagam as perdas de outras que não deram certo”, diz Matos. Para isso, vale a recomendação tradicional de diversificar o portfólio de investimentos. Ou seja, se for investir em empresas por meio de equity crowdfunding, o investidor deve apostar pouco em várias empresas diferentes – a recomendação de especialistas é não investir mais do que 5% do capital em aportes de alto risco.
Os investimentos de alto risco são pouco atrativos no País. Com a taxa básica de juros no patamar de 14,25%, muitos brasileiros optam por alocar recursos em títulos de renda fixa. “Hoje o Brasil tem uma taxa de juros imbatível. Isso faz com que quem tenha títulos da dívida tenha um retorno mais seguro”, diz o presidente da Associação de Equity Crowdfunding, Adolfo Melito. Ainda assim, para ele, a crise econômica pode sinalizar um bom momento para se arriscar por meio das novas plataformas de investimento em startups. “São nestes pequenos investimentos que o retorno acontece, porque eles demandam menos capital e as startups tem um componente de inovação muito maior.”
“A crise faz com que surjam modelos de negócios disruptivos mais eficientes. Isso gera uma grande oportunidade”, diz o fundador da plataforma de Start me up, Diego Perez. Segundo especialistas, a chegada de uma regulamentação específica, definida pela CVM, também deve tornar esse tipo de investimento mais atrativo.