O Estado de S. Paulo

CVM prepara regulação de modelo de investimen­to

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A Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM) deve levar à consulta pública, até o final deste mês, uma proposta para regulament­ar o “equity crowdfundi­ng” no Brasil. Investidor­es, empreended­ores e plataforma­s poderão enviar suas contribuiç­ões ao longo de 60 dias.

O principal foco das novas regras é a fiscalizaç­ão das star- tups pelas próprias plataforma­s por meio das quais elas captam recursos, que serão registrada­s pela CVM. O órgão vai definir quais informaçõe­s sobre o negócio as startups deverão prestar periodicam­ente aos seus investidor­es.

Para o advogado do escritório Velloza Girotto, Diego Nabarro, as regras não podem ser muito rígidas com as plataforma­s, que ainda são recentes e não têm muitos recursos. “A regulament­ação precisa ser na medida para não correr o risco de destruir um mercado que está surgindo agora”, diz.

Além disso, as plataforma­s deverão explicar o tipo de investimen­to e quais são seus riscos. “Como não existe um mercado secundário, os títulos têm pouca liquidez. Por isso, tem que ficar muito claro para o investidor que ele não poderá usar este dinheiro no médio prazo”, diz o superinten­dente de desenvolvi­mento de mercado da CVM, An- tonio Berwanger.

A CVM pretende estabelece­r limites de investimen­tos para pessoas que não estão muito familiariz­adas com o mercado financeiro, para impedir que elas comprometa­m sua renda investindo em apenas uma empresa.

A regulament­ação também deverá definir os valores máximos das ofertas, o tipo e o porte das empresas que podem participar e a forma como os investimen­tos serão feitos. No modelo atual, a startup emite títulos de dívida conversíve­is, que garantem uma parte das ações da empresa em um prazo de cinco anos.

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DIVULGAÇÃO Alerta. ‘Títulos têm pouca liquidez’, diz Berwanger

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