O Estado de S. Paulo

Cleiton Xavier decide em 2 minutos

Meia sai do banco no intervalo e logo marca de cabeça; com torcida única, arena tem recorde de público

- Vítor Marques

O 12 de junho é alviverde. Exatos 23 anos depois do título paulista que represento­u o fim do jejum, o Palmeiras derrotou de novo seu maior rival: 1 a 0, em um clássico emocionant­e, disputado e também polêmico, com um gol do Corinthian­s anulado aos 49 minutos do segundo tempo.O resultado foi um casamento perfeito entre um time e seus seguidores, que ovacionara­m os ídolos daquela conquista histórica e quebraram o recorde de público no Allianz Parque (39.935 pessoas), em um jogo de torcida única. A arena lotada empurrou o Palmeiras à vitória no segundo tempo, quando o jogo foi decidido, logo aos 2 minutos com um gol de Cleiton Xavier, que entrou no intervalo e ressurgiu como opção para Cuca.

O Palmeiras assumiu a vice-liderança do Campeonato Brasileiro, com 15 pontos, apenas um atrás do líder Internacio­nal. O Corinthian­s, apesar da derrota, continua no G-4, em quarto lugar, com 13.

O clássico foi definido no intervalo, com a alteração de Cuca. A entrada de Cleiton Xavier repaginou o meio de campo de sua equipe, aumentou o poder de criação e deixou solto um ataque avassalado­r, protagoniz­ado por Dudu e Gabriel Jesus.

Os últimos 45 minutos mostraram um Palmeiras veloz e eficaz contra um Corinthian­s que não conseguiu criar jogadas, além de mostrar falhas no sistema defensivo. O lado direito com Fagner era incapaz de controlar o ataque adversário.

Com as mudanças, Gabriel Jesus e Dudu passaram a dar as cartas no clássico e Moisés e Tchê Tchê cresceram na partida. E o time de Cuca, além de abrir o placar logo aos 2 minutos da etapa final, ficou sempre mais perto de marcar o segundo gol do que de sofrer o empate. Esse foi o retrato da partida até o apito final.

Mas, nos acréscimos, um lance abriu brecha para a reclamação dos corintiano­s e poderia ter modificado o resultado da partida. Em um cruzamento de Giovanni Augusto, o árbitro Raphael Claus marcou falta de Felipe em Fernando Prass antes de o volante do Corinthian­s Bruno Henrique colocar a bola para dentro do gol com os defensores do Palmeiras já parados. Para Cuca, foi um lance faltoso. Já Tite disse que o erro do juiz alterou o resultado do clássico.

O Corinthian­s, que vinha de uma sequência de quatro vitórias consecutiv­as, parou diante de um rival que mostrou que pode brigar pelo título do Brasileiro. Ontem, as principais apostas do treinador corintiano não deram certo.

O trio de armadores foi mal, em especial Guilherme, que sentiu dores no joelho durante a semana e acabou perdendo treinament­os com o elenco. Luciano fez um outro jogo ruim e o Corinthian­s repetiu problemas no setor ofensivo, sentindo a falta de um goleador.

Dois lances do clássico evidenciar­am esse problema: uma conclusão de Guilherme, no segundo tempo, que acertou a trave quando o jogo já estava 1 a 0 para o Palmeiras. E um chute para fora de Giovannini Augusto no fim do primeiro tempo, batendo cruzado para fora.

Mesmo no primeiro tempo, que terminou empatado em zero a zero, o Palmeiras foi melhor que o Corinthian­s.

Agora, o Palmeiras terá uma sequência para deslanchar: Coritiba, Santa Cruz e AméricaMG. E o Corinthian­s vai jogar pela recuperaçã­o diante do Fluminense, na quinta-feira.

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WERTHER SANTANA /ESTADÃO Mudou o jogo. Cleiton Xavier tornou o time mais criativo

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