O Estado de S. Paulo

Santos vence a primeira fora de casa

Camaronês Joel marca um, dá passe para golaço de Zeca e tem boa atuação no lugar de Ricardo Oliveira

- Fábio Hecico

Não faz muito tempo, ele perdeu a oportunida­de de ser titular ao contrair caxumba. Era uma chance rara. Reserva de Ricardo Oliveira, o goleador do Santos, Joel sabe que dificilmen­te terá muitas oportunida­des como titular da equipe. Ontem à noite, em jogo de pouco brilho, o atacante foi decisivo no importante triunfo, por 2 a 0 sobre o Santa Cruz, ao dar assistên- cia no primeiro gol, de Zeca, e depois deixar sua marca. Foi o primeiro triunfo santista como visitante neste Campeonato Brasileiro. E apenas a segunda vitória fora da Vila Belmiro se for levada em consideraç­ão toda a competição de 2015. O Santos sofre para ganhar como visitante. Ainda mais com ausências importante­s, em especial no setor ofensivo.

Foi um jogo de ataques provisório­s no Arruda, já que Santos e Santa Cruz entraram com desfalques de peso: suas duplas ofensivas titulares, formadas por Gabriel (na seleção) e Ricardo Oliveira (machucado) e Keno e Grafite (ambos lesionados) estavam de fora.

E com times sob pressão. Apesar de a competição ainda estar no começo, ficar para trás nunca é bom. E as duas equipes estavam nas últimas posições da tabela - paulistas em 15º e pernambuca­nos na 13ª colocação.

Arthur e Bruno Morais de um lado, Joel e Paulinho do outro, carregavam o peso de conduzir suas equipes na parte ofensiva.

Joel é quem teve a primeira chance para consagraçã­o, aos 21 minutos da etapa inicial. Recebeu um chutão de Thiago Maia livre e, na saída do goleiro Thiago Cardoso, tentou um tapa por cobertura. Exagerou na força e jogou para o alto chance rara longe de casa.

O camaronês ainda apareceria aos 26. Armou bela cabeçada, mas o fez, sem força. Léo Citadini ainda tentou concluir, sem êxito.

Ataque sensação do início da competição (fez quatro gols em duas partidas), o Santa Cruz mos- trou que não tinha reposição à altura. Em casa, chutou só uma vez no gol até o intervalo. E com o meia Lelê, também pelo alto. Antes do descanso, contudo, Paulinho tinha de aparecer em algum momento. O fez ao reclamar e levar um cartão amarelo bobo.

Já que os atacantes não estavam muito dispostos a atacar, o lateral Zeca então resolveu se arriscar. Recebeu uma ‘escorada’ de Joel e, de primeira, sem deixar a bola pingar, fez um golaço para salvar uma etapa de dar sono no Arruda. Uma pintura no minuto final.

Os pernambuca­nos que já estavam irritados com a equipe, vaiaram seus jogadores. Bolaño, vítima principal da torcida, nem voltou para a fase final, assim como Bruno Morais, peça decorativa no jogo. Milton Mendes queria mexer com o grupo, enquanto o Santos parecia satisfeito com a vantagem mínima.

Enfim, o Santa Cruz acordou. Arthur assustou Vanderlei logo aos 2 minutos. Arrancando grito da torcida. Aos cinco, o goleiro santista trabalhou em chute forte de Fernando Gabriel. Os paulistas é quem pareciam adormecido­s. O time se livrava da bola, quase não ultrapassa­va o meio e era sufocado.

Num raro contragolp­e na fase final, Joel recebeu do meia Vitor Bueno e sacramento­u a vitória, aos 19 minutos. Se não foi brilhante, ao menos o Santos soube se defender e conseguiu trazer importante­s três pontos.

 ?? MARLON COSTA/FUTURA PRESS ?? Pintura. Zeca comemora com os companheir­os o primeiro gol do Santos no Recife
MARLON COSTA/FUTURA PRESS Pintura. Zeca comemora com os companheir­os o primeiro gol do Santos no Recife

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