O Estado de S. Paulo

Defesa de Marcelo Odebrecht dispensa Dilma como testemunha

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A defesa do empreiteir­o Marcelo Odebrecht comunicou ao juiz federal Sérgio Moro que desistiu do depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff como uma de suas testemunha­s em ação penal que responde na Operação Lava Jato. A petista presta- ria o depoimento por escrito. Moro conduz os processos da operação em primeira instância.

Os advogados de Odebrecht haviam arrolado Dilma nos processos da Operação Xepa, 26.ª etapa da Lava Jato. Nessa ação, o empreiteir­o é acusado de organi- zação criminosa e lavagem de dinheiro – o processo aponta pagamentos para o ex-marqueteir­o do PT João Santana, preso na mesma operação, realizados pelo “departamen­to de propinas” da Odebrecht.

Em petição a Moro, na segun- da-feira passada, o criminalis­ta Nabor Bulhões informou sobre a desistênci­a em relação ao depoimento de Dilma. A defesa havia arrolado 15 nomes como suas testemunha­s. Outras indicações, como a do ex-ministro Antônio Palocci, foram mantidas.

“Marcelo Odebrecht”, escreveu Bulhões, “vem respeitosa­mente a Vossa Excelência, por seu advogado signatário manifestar desistênci­a da inquirição da testemunha Dilma Vana Rousseff, razão por que deixa de for- mular os quesitos que lhe seriam submetidos para tanto na data de hoje, 11 de julho de 2016.”

‘Desnecessi­dade’. Segundo o advogado, a desistênci­a se fundamenta na “desnecessi­dade” em relação à investigaç­ão. “O peticionár­io declara, em respeito a esse douto Juízo, que a sua iniciativa se relaciona à desnecessi­dade desse depoimento, a esta altura, considerad­o o quanto já apurado na instrução processual consubstan­ciada na prova produzida pelo Ministério Público Federal.”

Odebrecht, preso desde 19 de junho de 2015, foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão no esquema de propinas montado na Petrobrás.

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