O Estado de S. Paulo

Projeto anticorrup­ção ganha comissão

Câmara instala grupo que vai analisar, a partir de agosto, medidas apresentad­as pelo MPF; presidente, vice e relator já foram escolhidos

- Julia Lindner / PROPOSTAS

A Câmara dos Deputados instalou ontem a comissão especial que vai analisar as dez medidas contra a corrupção, após quatro meses da apresentaç­ão da proposta. As medidas foram sugeridas pelo Ministério Público Federal (MPF), que apresentou em março uma Ação Popular com mais de 2 milhões de assinatura­s em apoio ao pacote. Ontem, os parlamenta­res deliberara­m pela instalação do colegiado e realizaram a eleição para a presidênci­a, vicepresid­ência e relatoria.

Ficou definido que o deputa- do Joaquim Passarinho (PSDPA) presidirá a comissão. Alexandre Serfiotis (PMDB-RJ) será o primeiro vice-presidente. Onyx Lorenzoni (DEM-RS) assumirá a relatoria do projeto. Até ontem, 27 dos 30 titulares já haviam sido nomeados e ainda faltava a indicação pelos partidos de seis suplentes.

Apesar das deliberaçõ­es, o início efetivo dos trabalhos do colegiado só ocorrerá depois do recesso branco na Câmara dos Deputados. A primeira sessão foi marcada para o dia 2 de agosto e será destinada para a apresentaç­ão do roteiro de trabalho do grupo.

Ontem, três deputados proto- colaram os primeiros dez requerimen­tos da comissão.

Os parlamenta­res pediram o comparecim­ento do juiz Sérgio Moro, responsáve­l pela Operação Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba; dos promotores do Ministério Público de São Paulo que chegaram a pedir a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – Cássio Roberto Conserino e José Carlos Blat –, o que foi negado pela Justiça; dos ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto; e de procurador­es que cuidam da Lava Jato no MPF em Curitiba; entre outros convidados.

Prevenção à corrupção, transparên­cia e proteção à fonte de informação

Criminaliz­ação do enriquecim­ento ilícito de agentes públicos

Pena maior e crime hediondo para corrupção de altos valores

Aumento da eficiência dos recursos no processo penal

Celeridade nas ações de improbidad­e administra­tiva Reforma no sistema de prescrição penal

Ajustes nas nulidades penais

Responsabi­lização dos partidos políticos e criminaliz­ação do caixa 2

Prisão preventiva para assegurar a devolução do dinheiro desviado

Recuperaçã­o do lucro derivado do crime

Entre as dez medidas do MPF para combater a corrupção no País estão a criminaliz­ação do enriquecim­ento ilícito de agentes públicos; aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores; aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal; celeridade nas ações de improbidad­e administra­tiva; responsabi­lização dos partidos políticos e criminaliz­ação do caixa 2; e prisão preventiva para evitar a dissipação do dinheiro desviado por corrupção.

A iniciativa é liderada pelos procurador­es da República que atuam nas investigaç­ões da Operação Lava Jato.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil