O Estado de S. Paulo

No Internacio­nal, Falcão defende o fim do ‘chutão’

Ídolo colorado, técnico assume o comando da equipe pela terceira vez e fala em colocar em prática o toque de bola

- Wagner Machado

Paulo Roberto Falcão, um dos maiores jogadores da história do Internacio­nal e ídolo da torcida colorada, mais uma vez está de volta ao comando da equipe. O ídolo foi apresentad­o ontem como o novo treinador do time, em substituiç­ão a Argel, demitido no domingo após a derrota para o Santa Cruz, no Recife – os gaúchos completare­m seis jogos sem vitórias no Campeonato Brasileiro.

“Estou muito feliz de estar aqui. É uma situação que me gratifica, essa é a terceira passagem. Eu tenho noção exata do tamanho do desafio. As coisas na minha vida nunca foram fáceis. Isso sempre me deu condições de provar a cada momento. Minha vida sempre foi uma provação. Não vai ser diferente”, afirmou Falcão.

Falcão destacou que o grande objetivo dele é colaborar com o clube através da experiênci­a que possui. “Temos que sempre olhar para frente. É preciso montar um esquema que possa ajudar os jogadores que você tem. Que possamos tirar deles o que eles têm de melhor. Gosto de time que jogue bola. No momento, a ideia é mexer o menos possível, porque domingo tem jogo contra o líder”, resumiu o comandante colorado.

Falcão prometeu que apostará em um estilo de jogo ofensivo. “Gosto de um time que jogue para frente. O chutão no futebol é uma ilusão que dura 10 segundos, pois a bola acaba voltando. Então é preciso trabalhar muito para ter aproximaçã­o e boa compactaçã­o. O desafio é colocar isso em prática, pois este modelo é o desejo de todo treinador”, comentou.

E para a equipe superar o momento difícil, Falcão pediu mais apoio da torcida. “Todo mundo sabe que o torcedor é o aspecto mais importante do clube. O carinho do torcedor que faz o jogador dar o algo mais, o seu plus. Claro que é preciso jogar com qualidade, mas a torcida tem uma papel fundamenta­l. Agora, para domingo, não tem como fazer muitas modificaçõ­es. A principal delas é que a torcida apoie o time, leve carinho ao Beira-Rio. Precisamos os torcedores ao nosso lado.”

História. Falcão chega com contrato de um ano. O presiden- te Vitório Piffero, sem detalhar valores, explicou que optar por assinar um contrato por doze meses, mesmo que isso supere o período do seu mandato. “O contrato do Falcão com o Internacio­nal vai até julho do ano que vem. Ultrapassa minha gestão, mas, pelo nome, não vejo problema”, disse Piffero.

Essa será sua terceira passagem no comando da equipe. Na primeira, em 1993, em 14 jogos, conseguiu cinco vitórias, cinco derrotas e quatro empates. Já na segunda oportunida­de, em 2011, conquistou a taça do Campeonato Gaúcho dentro do Olímpico, com uma vitória nos pênaltis. Foram 19 jogos, com oito vitórias, cinco empates e seis derrotas.

Depois da coletiva e de ser recebido pela torcida, o ídolo do Internacio­nal comandou o primeiro treino à frente da equipe, que enfrentará o Palmeiras, líder do Campeonato Brasileiro, no próximo domingo, às 16 horas, no Beira-Rio.

Aliás, a data de reestreia terá sabor especial para Falcão, pois nesse mesmo dia, há cinco anos, ele havia foi demitido do clube após ser eliminado pelo Peñarol da Copa Libertador­es – antes, havia sofrido uma impiedosa derrota para o São Paulo por 3 a 0, em Porto Alegre, pelo Campeonato Brasileiro.

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FELIX ZUCCO / AGÊNCIA RBS Festa. Torcedores do Inter recebem Falcão no Beira-Rio

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