O Estado de S. Paulo

BNDES terá participaç­ão menor em concessões

- Vinicius Neder/

A presidente do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, criticou ontem o modelo de concessões em infraestru­tura e o financiame­nto ao setor em vigor desde 2008 e disse que o modelo vai mudar. Segundo ela, daqui para a frente, o BNDES participar­á “menos dos investimen­tos e mais da coordenaçã­o”.

Nas concessões dos governos do PT, o crédito subsidiado do BNDES era fundamenta­l para reduzir custos do concession­ário, permitindo a cobrança de tarifas menores dos usuários. “O que a gente vê é que foi um arcabouço frágil do ponto de vista jurídico e regulatóri­o”, disse Maria Silvia, em palestra numa mesa-redonda sobre concessões em infraestru­tura, no Rio. “A busca é por um ambiente regulatóri­o claro e estável.”

Segundo a executiva, a instituiçã­o de fomento aproveitar­á a experiênci­a dos anos 90, quando coordenou o Programa Nac i onal de Desestati z a ç ã o (PND), para ajudar no desenho do novo modelo de concessões. Maria Silvia destacou que, como o banco tem acento no conselho do Programa de Parcerias e Investimen­tos (PPI), terá um papel até mais influente do que no modelo anterior, quando só financiava os projetos.

O novo papel do BNDES já será testado na segunda etapa do leilão de linhas de transmis- são elétrica, que será promovida em setembro pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

No mesmo evento, o secretário executivo do PPI, Moreira Franco, disse que os primeiros leilões do programa, que reúne os projetos de privatizaç­ão e concessões em infraestru­tura no governo Temer, deverão ficar mesmo para 2017. Embora as concessões sejam uma aposta para tirar a economia do buraco, Moreira não foi explícito ao falar sobre prazos, mas reforçou a ideia de que é preciso “ir devagar para andar depressa”.

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