Prestação de serviços cai 5,1% de janeiro a maio
Em meio à falta de sinais claros de retomada na demanda de empresas, governos e famílias, o volume de serviços prestados ficou praticamente estagnado em relação a abril, com ligeira queda de 0,1%. Na comparação com maio de 2015 a queda alcançou 6,1%, o pior resultado para o mês desde o início, em 2012, da Pesquisa Mensal de Serviços pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi o 14º mês seguido de queda. Nos cinco primeiros meses de 2016, o volume de serviços acumula queda de 5,1%. Em 12 meses , o recuo é de 4,8%.
Somado ao recuo nas vendas do varejo (de 1% em maio ante abril) divulgado anteontem, o setor de serviços deve contribuir negativamente para o desempenho da atividade econômica no segundo trimestre. “Nesse sentido, a despeito da acomodação que se materializa nos dados da produção industrial, o cenário mais provável é de nova queda do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre”, avaliam os analistas Rafael Bacciotti e Thiago Xavier, da Tendências Consultoria. O resultado dos serviços veio em linha com o da produção industrial, um dos principais demandantes do setor, diz Roberto Saldanha, da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
“Em relação a abril, o volume de serviços acompanhou o movimento do setor industrial, que também ficou estável. Isso mostra como o setor de serviços depende do setor industrial, como é vulnerável (à indústria)”, diz Saldanha. Na comparação com maio de 2015, também houve queda acentuada na produção, de 7,8%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal.