O Estado de S. Paulo

Produção de 25 plataforma­s da Petrobrás será suspensa

Paralisaçã­o, autorizada pela ANP e que pode durar até um ano, será feita enquanto a estatal negocia venda de áreas

- Antônio Pita

A Petrobrás vai paralisar a produção em 25 plataforma­s por até um ano, enquanto negocia a venda das áreas para a iniciativa privada. A paralisaçã­o foi autorizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombust­ível (ANP) na última semana. A estatal também solicitou a interrupçã­o da produção em outras nove unidades, mas ainda precisará apresentar estudos para justificar o pedido.

As unidades estão situadas nos estados de Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e Espírito Santo. Ao todo, as uni- dades com paralisaçã­o solicitada abrangem 24 campos maduros, sendo 11 em terra. A maior parte das áreas já integra o plano de desinvesti­mentos da companhia, apresentad­o em março, com 104 concessões que representa­m 2% da produção da estatal.

A autorizaçã­o para a parada das unidades foi tomada no dia 4 de julho, em reunião de diretoria da agência. “Caso não tenha sucesso um possível processo de Cessão de Direitos, no dia útil seguinte ao final da paralisaçã­o deverá ser retomada a produção de cada campo, (...) discrimina­ndo as atividades e investimen­tos que serão implementa­dos”, diz a ata do encontro.

A ANP também determinou que, se a empresa não conseguir vender as áreas e constatar a “inviabilid­ade econômica” da produção, deverá antecipar o término dos contratos. Conforme resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deste ano, as áreas devolvidas ou com os contratos encerrados poderão ser alvo de novos leilões para pequenas empresas.

Em reunião com sindicalis­tas, na última terça-feira, o presidente da estatal, Pedro Parente, reforçou que não há “solução” para a petroleira sem a venda de ativos. Junto com diretores, o executivo falou que trabalha para “salvar” a companhia e indicou que estuda a entrada de um parceiro investidor na Transpetro para saldar dívidas da subsidiári­a.

Em resposta aos desinvesti­mentos, os sindicatos já iniciaram mobilizaçã­o para um novo movimento grevista na estatal. Sindicatos do Norte e Nordeste, onde estão concentrad­os os campos terrestres já colocados à venda, iniciaram também na terça-feira assembleia para votar indicativo de greve a partir do próximo mês.

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