BRASILEIROS FURAM ‘BLOQUEIO’ DO GAME
Fãs usam métodos alternativos para jogar
Fã de Pokémon desde o fim dos anos 90, o organizador de eventos carioca Felipe Vinha, de 31 anos, não conseguiu esperar o lançamento oficial de Pokémon Go no País: no dia 7 de julho, quando o jogo chegou às lojas oficiais de aplicativos do Android e do iPhone, o carioca fez uma conta na App Store americana e baixou o jogo. “Sou um cara que adora ter contato com i novações o mais cedo possível, e Pokémon é uma paixão de infância. A pressa falou mais alto”, admite Vinha.
No entanto, a diversão foi curta: pouco tempo depois de começar a jogar, Vinha teve o acesso ao game bloqueado – como aconteceu com a maioria dos brasileiros que tentou caçar Pokémons pelas ruas do País. “Consegui jogar por umas seis horas, antes dos servidores serem bloqueados”, diz Vinha. “Apesar de pouco tempo, consegui capturar 45 pokémons e me diverti bastante.”
Frustração. A experiência de não conseguir jogar por conta do bloqueio aos servidores tem frustrado alguns brasileiros. “Estou tentando há vários dias sem sucesso: a única coisa que consegui fazer foi pegar um dos pokémons iniciais em casa”, lamenta o tradutor Fernando Mucioli. Pokémon Go ainda não tem data para chegar ao Brasil.
A excitação pela chegada de Pokémon Go é tão grande por aqui que contagiou até mesmo gente fora do público tradicional do jogo.
Em meio aos preparativos para os Jogos Olímpicos, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, publicou em sua página no Facebook um pedido para que o jogo chegas- se ao País antes do início da competição. “Alô, Nintendo! Faltam 23 dias para a Olimpíada Rio 2016. O mundo todo tá vindo pra cá. Venha também!”
Insegurança. Fazer uma conta em uma loja estrangeira para baixar Pokémon Go não foi o único jeitinho usado pelos jogadores brasileiros para curtir o game. Muitos baixaram o jogo de forma alternativa, fora das lojas oficiais de aplicativos. Isso é possível por meio de um tipo de arquivo chamado APK.
Compatível apenas com o sistema Android, o APK é capaz de instalar um programa inteiro no smartphone do usuário, como se tivesse sido baixado de uma loja oficial.
“O problema é que não há como confirmar que o arquivo veio da loja oficial”, diz Fábio Assolini, analista da empr e s a de s e g ur a nça Kaspersky. “Tem muita gente instalando gato por lebre, pensando que está com o jogo e na verdade está colocando dentro de seu celular um software malicioso”, afirma.
Mesmo ciente dos riscos, a fotógrafa paulistana Paula Baio não se importou. “A vontade de jogar era tanta que eu não estava nem ligando.”Paula é fã da série desde os 6 anos – hoje, ela tem 25.
“Foi legal ver como os pokémons que aparecem ao seu redor estão relacionados com o terreno em que você está”, diz a fotógrafa, que elogiou a jogabilidade do game. Apesar de ter desinstalado o aplicativo, Paula mal pode conter a ansiedade para o lançamento oficial por aqui. “Todo dia eu olho a loja de aplicativos do Google na esperança de ter lançado.” Afinal de contas, são 151 criaturas presentes no jogo – e como diz o slogan da série, “Temos de pegar todos!”.