O Estado de S. Paulo

Elassão debriga

Atrizes e diretor defendem novo ‘Caça-Fantasmas’ de críticas e contam como as filmagens foram divertidas

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Na sequência, trechos da entrevista com as atrizes e o diretor de Caça-Fantasmas.

Para vocês, o Caça-Fantasmas original foi importante? Melissa McCarthy: Foi, sim. Eu era criança e adorava todos os personagen­s, o jeito como eles se uniram, essa coisa engraçada, heroica. Adoro antiheróis, gente que não faz nada muito significat­ivo, mas vai lá brigar e se dá bem. Leslie Jones: Eu achava o Bill Murray muito engraçado porque não se assustava com nada. Mesmo quando alguma coisa acontecia, ele fazia piada. Olhava aquilo e pensava: “Ah, é assim que eu quero ser”. Kate McKinnon: Nasci no ano que ele foi lançado. Não lembro bem a data. ( risos)

Paul, como surgiu a ideia de fazer um novo Caça-Fantasmas? Paul Feig: ( O produtor Ivan Reitman) tinha o roteiro de uma sequência e ficou todo empolgado, perguntou se eu queria dirigir. A ideia era que o time original passaria os macetes da tecnologia para um novo grupo. Aí a ( ex-vice-presidente da Sony) Amy Pascal me perguntou por que nenhum diretor de comédia aceitava o projeto. Disse que era porque o filme era meio sagrado e dava medo mexer com os atores, mas ela insistiu: “Pois aí está uma excelente franquia esperando para ser explorada”. Aquilo ficou na minha cabeça. Gente engraçada correndo perigo, combatendo a paranormal­idade com tecnologia, é uma ideia sensaciona­l; aí comecei a pensar como seria a minha abordagem. “Ah, todas as mu- lheres engraçadas com quem trabalho e com quem quero muito trabalhar me deixaram ainda mais animado. Deveriam ser as filhas deles? Ah, se eu pudesse refilmar!”

Em algum momento vocês perceberam que uma parte do público talvez não fosse gostar muito do resultado por causa da premissa do filme e o fato de o elenco todo ser feminino? Melissa: Você quer dizer gente doida? Leslie: Você quer dizer as pessoas que não sabem que é filme? Kristen Wiig: Durante as filmagens não me dei conta, não. Feig: Você e a Kate ficaram numa boa porque estão fora das redes sociais. A Leslie e eu penamos. Somos os brigões na lama digital. Melissa: Durante as filmagens, Paul trouxe várias fotos de meninas fantasiada­s, com direito a macacão e mochila de prótons e tal. Achei o máximo e percebi que parte do público estava mais que preparada. Leslie: Só acho que o filme não é para essas pessoas que ficam reclamando que o filme arruinou a infância delas. Kristen: É gente que precisa de terapia. Melissa: A verdade é que a infância desse pessoal já estava arruinada. E se é um filme que vai estragar tudo, sinal que a coisa já era bem frágil. É legal recordar; só tem uma porção minúscula de reclamões.

Por que tem gente que vê essas superprodu­ções de fantasia, como o novo Guerra nas Estrelas ou o seu filme, como campo de batalha para ideias sociais? Feig: Acho que é a velha guarda agonizando. Faz uma minoria irrisória gritar mais alto porque está perdendo o controle. Eu entendo o estranhame­nto se alguém for fazer um remake de O Poderoso Chefão ( 1972), por exemplo, mas quando vem criticando, querendo saber se é só para ganhar dinheiro... Tudo que f oi e é feito em Hollywood, desde o início dos tempos, foi e é pelo lucro.

Tem gente que não gosta da ideia de um filme com um elenco só feminino? Kate: É um conceito relativame­nte novo. Acho que começou com Missão Madrinha de Casamento e veio crescendo. Leslie: Me surpreende, porque a mulherada vem fazendo muita coisa boa há anos. Melissa: É um medo de que se você colocar duas mulheres, dois homens têm que sair. Tem espaço para todo mundo.

Vocês sentem que fazem parte das vidas umas das outras depois de fazer esse filme? Kristen: Não dá para participar de uma experiênci­a dessas e não fazer parte da vida uma da outra para sempre. Leslie: A impressão que tenho é a de que travamos uma batalha juntas. Elas são como irmãs para mim.

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FOTOS DIVULGAÇÃO As meninas. Melissa, Leslie Jones e Kate McKinnon
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