O Estado de S. Paulo

D. O. PINTO BANDEIRA

- Isabelle Moreira Lima

Uma espécie de Champagne brasileira está por nascer. Até 2018, Pinto Bandeira, no Rio Grande do Sul, pode ser a única região do Novo Mundo a ter uma certificaç­ão de Denominaçã­o de Origem para espumantes. Na prática, isso significa um selo de qualidade que diz que a bebida é feita a partir de uma cartilha, como acontece na França.

A D.O. Pinto Bandeira produzirá espumantes pelo método tradiciona­l, com pelo menos 18 meses de maturação, a partir de três cepas – Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico – cultivadas em espaldeira (plantio vertical). As normas também determinam o limite máximo de quilos de uvas produzidos por hec- tare plantado e o máximo de rendimento de vinho por quilo de uva. “Sabemos que teremos de fazer um trabalho intenso para explicar ao público como é importante ter um vinho de uma D.O., porque no Brasil não entende-se muito bem o que elas representa­m, é tudo muito novo”, diz o presidente da Associação dos Produtores de Pinto Bandeira, Daniel Panizzi.

Hoje, o Brasil tem cinco regiões vinícolas com indicação geográfica, certificaç­ão concedida pelo INPI e criada para conferir reputação, valor e identidade a um produto. São quatro com a indicação de procedênci­a (IP), que demarca a origem das uvas e da produção, todas no Rio Grande do Sul: Altos Montes, Monte Belo, Pinto Bandeira e Farroupilh­a, a mais recente da lista. Apenas o Vale dos Vinhedos tem Denominaçã­o de Origem no Brasil, o que dá padrões até para a identidade visual de seus vinhos. As regiões da Campanha Gaúcha e do Vale do São Francisco (BA e PE) estão com processos em andamento para conseguir a IP.

Em Pinto Bandeira, são quatro as vinícolas que comandam a campanha pela D.O., Don Gio- vanni, Aurora, Valmarino e Cave Geisse. E a indicação deve ser restritiva, quem quiser entrar, terá de se adaptar. “Isso promoverá um grau de especializ­ação em determinad­as variedades e trará a valorizaçã­o da qualidade. Prevemos mudanças importante­s na forma da produção da região”, diz o diretor da Cave Geisse e envolvido no projeto, Daniel Geisse.

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