O Estado de S. Paulo

Em Rio Branco, petista dispensa irmãos Viana

- Igor Gadelha

Único candidato do PT nas capitais com chance de vencer no primeiro turno, o prefeito de Rio Branco (AC), Marcus Alexandre, tem rejeitado a imagem do partido e evitado usar o governador Tião Viana e o senador Jorge Viana – principais nomes da sigla no Estado – como cabos eleitorais de sua campanha à reeleição. Alexandre aproveita a falta de articulaçã­o da oposição e a boa aprovação de sua gestão para afastar a discussão nacional da campanha.

Apesar de serem os responsáve­is pela ascensão política do prefeito no Acre, os irmãos Jorge e Tião Viana praticamen­te não apareceram na campanha de Alexandre. O senador só participou de um único programa eleitoral do aliado, enquanto o governador não gravou nenhuma inserção. Os dois, que em 2012 foram os principais cabos eleitorais da primeira eleição de Alexandre, também não aparecem no material impresso e participam de pouquíssim­os atos de campanha ao lado do candidato.

O prefeito esconde de sua campanha a estrela símbolo do PT. O vermelho, cor da bandeira do partido, foi abandonado pelo candidato à reeleição, que escolheu o laranja como o tom predominan­te de seu material e até das roupas que usa. A única menção que faz no material e nas redes sociais é ao 13, número dos candidatos petistas.

O candidato nega que esteja escondendo o PT e os irmãos Viana da campanha. Segundo ele, o senador e o governador participam na medida em que suas agendas permitem. “Eles também têm campanha nos outros municípios do Estado”, disse. “Ninguém na cidade de Rio Branco e no Acre tem dúvida da aliança que temos”, afirmou o prefeito, que nasceu em Ribeirão Preto (SP) e chegou a Rio Branco em 1999 para trabalhar na gestão de Jorge Viana.

Aliança. Alexandre argumenta que não usa os símbolos do PT em sua campanha, porque tenta reeleição em uma aliança de 15 partidos. “Não seria de bom tom impor a cor do meu partido.” Jorge Viana também minimiza o fato. “Vivemos um caos político no Brasil. Resolvemos não nacionaliz­ar a campanha. (...) Decisão nossa.”

O parlamenta­r nega que ele e o irmão estejam sendo colocados em segundo plano na campanha do aliado. Segundo Jorge, eles participar­am de toda a organizaçã­o da candidatur­a, embora tenham participad­o de poucos atos ao lado do candidato.

Os Viana são a principal força política do Acre desde 1998, quando Jorge foi eleito governador do Estado – antes disso, o senador tinha sido prefeito de Rio Branco entre 1993 e 1997. Quatro anos mais tarde, o parlamenta­r foi reeleito. Em 2006, elegeu seu sucessor, Binho Marques (PT), que não tentou a reeleição. No seu lugar, foi eleito Tião Viana em 2010, reeleito para o cargo em 2014.

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