Temer anuncia diplomata como porta-voz
Um dia depois de o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, rechaçar a ideia de o governo ter um porta-voz, o presidente Michel Temer anunciou a escolha do diplomata de carreira Alexandre Parola para o cargo. A escolha de Temer reforça o discurso do secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, que defendia um portavoz para alinhar a comunicação da equipe. Nos bastidores, há uma avaliação de que, por trás dessa iniciativa, está a intenção de esvaziar parte do poder da Casa Civil, pasta à qual a Secretaria de Comunicação Social (Secom) é subordinada.
Nascido no Rio, em 1965, Parola entrou no Itamaraty em 1987. Exercia o cargo de diretor da área econômica do Itamaraty desde agosto do ano passado. Serviu a diversas embaixadas fora do País, incluindo Londres, Santiago e Washington.
A escolha de Parola ocorreu após três tentativas do governo – incluindo a recusa do jornalista Eduardo Oinegue, na semana passada. Parola também exerceu o cargo no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Em entrevista à Jovem Pan , Padilha disse anteontem que “a ideia do porta-voz, neste momento, não é mais muito importante, porque o presidente está se convencendo de que é dele que tem de surgir a orientação do que deve ser dito”. A avaliação que prevaleceu no Planalto, porém, é de que o governo precisa afinar e concentrar o discurso de suas ações para evitar ruídos e desgastes, o que o obrigou a ter seguidos recuos. O porta-voz será responsável por dar um resumo aos jornalistas sobre a posição oficial do presidente e do Planalto sobre os assuntos diários.