O Estado de S. Paulo

Com ONG, líder estimulou ‘coexistênc­ia’

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No começo, há estranheza, medo mútuo e desconfian­ça. Mas depois, quando a bola começa a rolar, os empurrões, as jogadas e os gritos pedindo passe, em árabe e hebraico, fazem parecer que elas sempre se conheceram. Dessa maneira, as meninas palestinas e judias de um dos projetos do Centro Peres para a Paz e a Coexistênc­ia ajudam a reduzir as extensas barreiras que separam os dois povos.

O projeto Girls Football for Peace une meninas em partidas de futebol sem juízes – elas precisam resolver sozinhas as divergênci­as. Os times são mistos, judias e palestinas precisam colaborar entre si se quiserem marcar gol. Nas arquibanca­das, as mães torcem lado a lado.

As partidas são realizadas sempre em locais diferentes, mas em cidades judias. Em Modiin, Ramal, de 14 anos, conta que levou duas horas e enfrentou muitos postos de checagem para ir de casa, em Jericó, até ali. Com a ajuda de uma intérprete, ela conta que no começo foi difícil, a família não concordava, ela não fala hebraico. Hoje, não perde os treinos.

Em conversa com um grupo de jornalista­s brasileiro­s, a vice-diretora-geral e diretora de Relações Exteriores do Centro Peres, Yarden Leal-Yablonka, explica que a instituiçã­o foi fundada pelo líder Shimon Peres em 1996, em um esforço para tentar estimular a convivênci­a entre os dois povos.

Os projetos focam na educação para a paz, tecnologia, meio ambiente e esporte, como o futebol das meninas, que já tem 14 anos. “A essência é a prosperida­de do Estado de Israel e fomentar uma paz sustentáve­l, dentro de uma população heterogêne­a e entre Israel e seus países vizinhos”, afirma Yarden.

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