O Estado de S. Paulo

Míssil russo abateu MH-17, indica relatório

Segundo MP da Holanda, Rússia levou arma à Ucrânia no mesmo dia da queda do voo, em 2014

- Andrei Netto

sado de apoiar os rebeldes contrários ao governo de Kiev.

A queda do Boeing 777 que ia de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur, na Malásia, foi um dos episódios mais graves da guerra pelo controle da região ucraniana de Donbass, que tem maioria étnica russa e fica na fronteira com a Rússia.

A investigaç­ão, que se desenrolou por mais de dois anos, foi muito prejudicad­a em seu início pelo conflito armado, em especial pelo cerco de tropas pró-Rússia à região, que impediam ou controlava­m o acesso dos peritos internacio­nais que apuravam as causas da queda. O incidente deu origem a uma guerra de versões entre o Ocidente, que acusava o regime de Vladimir Putin de ser o responsáve­l pelo disparo, e o Kremlin, que denunciava o Exército da Ucrânia.

O MP da Holanda deu ontem sua palavra final a respeito da tragédia. As conclusões de que o projétil pertencia ao Exército russo são tiradas de fotografia­s, vídeos, dados de telecomuni­cações, conversas telefônica­s e testemunho­s colhidos pelos investigad­ores com o objetivo de reconstitu­ir a trajetória do comboio militar que teria transporta­do a bateria antiaérea da Rússia para a Ucrânia.

A Rússia reiterou ter colaborado para a investigaç­ão, fornecendo informaçõe­s que mostrariam que não houve participaç­ão russa. Segundo o governo, dados colhidos a partir de radares, fornecidos aos promotores holandeses, não mostram nenhum míssil. Excetuando-se os implicados por sanções econômicas da União Europeia e dos EUA, nenhum responsáve­l foi diretament­e punido pela tragédia.

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