FIA não garante GP do Brasil de 2017
Entidade divulga novo calendário e prova em Interlagos, ao lado de outras duas corridas, está “sujeita à confirmação”
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) divulgou ontem o calendário provisório da temporada 2017 da Fórmula 1. O documento apresenta 18 etapas confirmadas, além de outras três sob observação, entre elas o GP do Brasil, em Interlagos. A listagem apresenta a prova em São Paulo como “sujeita à confirmação”, como também estão as corridas do Canadá e da Alemanha.
O calendário da categoria foi publicado após reunião em Paris do Conselho Mundial do Automobilismo (MMSC, na sigla em inglês). O grupo também oficializou mudanças de regras para a utilização dos conjuntos de pneus, das unidades motrizes, dos procedimentos de segurança do Safety Car em dia de provas com chuva e a determinação de que os pilotos só podem mudar a pintura dos seus capacetes em uma etapa no calendário, ou em caso de troca de escuderia ao longo da disputa.
Caso as três provas sob confirmação sejam incluídas no roteiro da disputa de 2017, o calendário vai continuar a ter 21 corridas. Neste ano, a temporada conta com o mesmo número de compromissos, quantidade recorde na história da F-1.
Para 2017, a previsão é que a corrida de abertura aconteça dia 26 de março, na Austrália, com o encerramento da competição em 26 de novembro, nos Emirados Árabes Unidos. O calendário apresentado pela FIA não tem data para ser confirmado de forma oficial, mas deve ocorrer em outubro.
O Brasil, até o momento, não tem representantes confirmados no grid para 2017. Felipe Massa, da Williams, anunciou sua aposentadoria da Fórmula 1 para o fim deste ano, e a decisão não será revogada. Felipe Nasr, da Sauber, tem contrato somente até o fim do atual campeonato. Ele depende de uma negociação para prorrogar sua permanência na categoria, e de conseguir acerto com patrocinadores. Desde a temporada de 1970, o País tem pilotos na categoria.
Em relação à audiência das transmissões na TV, a Rede Globo informa que a “média parcial do ano (2016) é de 8 pontos no Painel Nacional de Televisão (PNT), mesma pontuação da competição na temporada passada.” E que a emissora segue exibindo as corridas ao vivo e fazendo “ampla cobertura”.
Em anos anteriores, outros GPs do calendário também apareceram na listagem provisória como sujeitos à confirmação, como foram os casos do GP da Itália deste ano e o dos Estados Unidos, em 2015. Logo depois, no anúncio definitivo, as provas acabaram sendo confirmadas e realizadas normalmente.
Há pouco mais de uma sema- na, o novo presidente da F-1, o americano Chase Carey, disse que desejava expandir o esporte para mercados considerados cruciais. Sua ambição é conquistar de uma vez por todas o exigente e apaixonado consumidor norte-americano – há interesse em realizar GPs em Nova York, Las Vegas e Miami.
Surpresa. A organização do GP do Brasil manifestou-se horas depois de a FIA anunciar o calendário com dúvida em relação à prova de Interlagos. Por meio de nota oficial, a entidade afirmou ter sido “surpreendida” com a indefinição da etapa.
“A organização GP do Brasil de F-1 foi surpreendida com a divulgação do calendário provi- sório de 2017, onde a etapa brasileira aparece condicionada à confirmação”, ressaltou a nota, ao informar que a corrida no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, tem compromisso firmado para receber provas da categoria máxima do automobilismo por mais três anos, além do atual, no qual o GP será disputado dia 13 de novembro.
“Há um contrato em vigência até 2020 e que será cumprido rigorosamente como sempre ocorreu nestes 45 anos”, contesta a nota, lembrando do fato de que a Fórmula 1 vem sendo realizada de forma ininterrupta no Brasil em todo este longo período e que a etapa brasileira também aconteceu no Rio de Janeiro, no circuito de Jacarepaguá, em 1978, e entre 1981 e 1989.
Em junho deste ano, o próprio Bernie Ecclestone criticou a organização do evento no Brasil e foi taxativo ao afirmar que o GP de Interlagos estaria “em riscos” devido a problemas financeiros dos organizadores e estruturais do circuito.