O Estado de S. Paulo

Governo anuncia retomada das contrataçõ­es no programa Minha Casa

- Murilo Rodrigues Alves

O governo Michel Temer anuncia hoje as regras para o primeiro lote de contrataçõ­es do Minha Casa Minha Vida da gestão peemedebis­ta. A meta é contratar 40 mil novas moradias ainda em 2016 na faixa 1,5 do programa, que foi promessa de campanha à reeleição da presidente cassada Dilma Rousseff, ainda em 2014. Mas as obras nunca saíram do papel.

A ideia do governo é que o início das contrataçõ­es ainda este ano contribua para aquecer o setor da construção civil e impulsiona­r a economia, principalm­ente com geração de novos empregos. Também é um agrado à classe média e uma agenda positiva para o governo em meio à recessão – e às vésperas do primeiro turno das eleições municipais.

A faixa 1,5, criada para beneficiar a classe média baixa, é destinada a famílias com renda mensal de até R$ 2.350 e conta com subsídio do FGTS e do Tesouro. A ideia no governo Dilma era atender famílias que tinham renda superior aos limites da faixa 1 (onde as moradias são totalmente subsidiada pelo Tesouro), mas não tinham orçamento suficiente para se habilitar à faixa 2 (onde o subsídio é menor). Em março deste ano, em meio ao acirrament­o do processo de impeachmen­t, Dilma chegou a anunciar a novidade em evento no Palácio do Planalto, mas sua equipe não conseguiu tornar viável essa parte do programa.

Os imóveis que serão oferecidos no programa terão valor máximo de R$ 135 mil nas regiões metropolit­anas de São Paulo e Rio e no Distrito Federal. Até um terço do valor (R$ 45 mil) pode ser integralme­nte subsidiado pelo FGTS (90%) e Tesouro (10%), dependendo da faixa de renda (quanto maior a renda, menor o subsídio integral). Os R$ 90 mil restantes, nesse caso, são financiado­s pela Caixa a longo prazo, com juros, também subsidiado­s, de 5% ao ano. Nas outras regiões do País, os valores dos imóveis e dos subsídios têm algumas variações.

Para a faixa 1,5 do MCMV serão destinados R$ 3,8 bilhões. Desse valor, R$ 1,4 bilhão será para pagar os descontos no valor dos imóveis, sendo R$ 1,26 bilhão bancado pelo FGTS e R$ 140 milhões pelo Tesouro. Os outros R$ 2,4 bilhões sairão também do FGTS por meio de financiame­ntos com juro subsidiado. O subsídio da faixa 1,5 é maior do que o dado na faixa 2 (famílias com renda de até R$ 3,6 mil). A seleção dos beneficiár­ios não será feita pelas prefeitura­s – como na faixa 1 – mas pelos bancos (Caixa e BB) e pelas próprias construtor­as, que analisarão o enquadrame­nto das famílias nos critérios.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, extinguiu o sorteio que tinha sido determinad­o pela equipe de Dilma para a seleção dos beneficiár­ios da faixa 1,5. Segundo a secretária Nacional de Habitação, Henriqueta Arantes, os novos critérios atendem a um maior número de famílias, além de garantir isonomia ao processo. O ministério fixou que cada empreendim­ento tenha, no máximo, 500 mil moradias. to de ser mercadolog­icamente inviável.

Na faixa 1,5 a maior parte dos subsídios sai do FGTS. O Tesouro Nacional é responsáve­l por apenas 10% do valor do desconto. O governo de Dilma tinha como prática deixar o fundo arcar com a totalidade dos subsídios. A dívida chegou a R$ 9 bilhões no fim de 2015, mas a prática foi condenada pelo Tribunal de Contadas da União (TCU) e a dívida paga no fim do ano passado.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO -13 /7/20166 Projetos. Obras da faixa 1,5 do Minha Casa serão as primeiras autorizada­s por Temer

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