O Estado de S. Paulo

Estimativa­s são de 360 votos favoráveis à PEC

Para um líder governista, se proposta não for aprovada, será o ‘impeachmen­t fiscal’ de Michel Temer

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Um integrante do Executivo e líderes dos partidos da base aliada ouvidos pelo Estado disseram ontem que a tentativa de concluir a votação da Proposta de Emenda Constituci­onal (PEC) do Teto na Câmara antes de novembro, quando ocorre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – que definirá o rumo da taxa básica de juros da economia, a Selic – , tem como objetivo dar sinais concretos aos agentes econômicos de que o ajuste fiscal prometido pelo governo do presidente Michel Temer está sendo cumprido.

Estimativa­s iniciais apontam que o governo terá entre 350 e 360 votos favoráveis à PEC. Para a aprovação, são necessário­s 308 votos dos 513 deputados. “Se não aprovar, será o impeachmen­t fiscal de Temer”, resumiu um governista.

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada no fim de agosto, a mensagem do Banco Central foi interpreta­da pelo mercado como uma indicação de que o corte de juros está próximo.

No entanto, o documento reforçou que a queda da Selic, hoje em 14,25% ao ano, depende do comportame­nto da inflação e da aprovação de medidas de ajuste fiscal.

“Os ajustes necessário­s na economia podem ser aprovados e implementa­dos de forma mais célere, permitindo ganhos de confiança e queda das expectativ­as de inflação. Nesse caso, a redução de incertezas potenciali­zaria os efeitos do ajuste monetário em curso”, disse a ata da reunião de agosto.

Na terça-feira, ao apresentar o Relatório Trimestral de Inflação, o Banco Central reafirmou que os efeitos da política fiscal “estão associados ao processo de ajuste da economia, que envolve encaminham­ento de importante­s reformas propostas pelo governo (Temer) para apreciação pelo Congresso Nacional”.

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