O Estado de S. Paulo

Cedae deve ser leiloada até fevereiro

Plano do governo do Rio é publicar até dezembro o edital para concessão do serviço de esgoto de 11 dos 64 municípios atendidos pela estatal

- Mônica Ciarelli Mariana Durão

O governo do Estado do Rio quer publicar até dezembro o edital de concessão do serviço de esgoto de 11 dos 64 municípios atendidos pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae). De acordo com o secretário estadual de Desenvolvi­mento, Marco Capute, a ideia é realizar o leilão até fevereiro de 2017. Ele diz que investidor­es estrangeir­os já demonstrar­am interesse no projeto.

A primeira de três Parcerias Público-Privadas (PPPs) na área de saneamento planejadas pelo governo fluminense, abrangerá uma população de 4,2 milhões de pessoas na Baixada Fluminense. O investimen­to total é estimado em R$ 7,1 bilhões, o que configurar­ia o maior projeto de saneamento já feito no País.

O projeto será dividido em três lotes, que poderão ser concedidos a grupos distintos. For- mado por Itaguaí, Seropédica, Japeri, Queimados e Nova Iguaçu, o primeiro lote tem investimen­to estimado em R$ 3,3 bilhões e é a região mais deficiente. Apenas 34% do esgoto é coletado, segundo Sistema Nacio- nal de Informaçõe­s sobre Saneamento (SNIS).

A modelagem proposta pelo governo estadual exclui da concessão a cidade do Rio – que representa 83% da receita da Cedae – e a distribuiç­ão de ta do banco é acompanhar o processo de concessão desde a elaboração do projeto. A ideia é conceder ao mesmo tempo os serviços de água e esgoto dos 64 municípios fluminense­s, deixando apenas a captação de água nas mãos da Cedae.

Dúvidas. A distribuiç­ão de água é o “filé mignon” do setor, por isso a ideia de fazer a concessão sem incluí-la suscita dúvidas quanto à atrativida­de do projeto para os investidor­es privados e, ao mesmo tempo, sobre a capacidade da Cedae de garantir sozinha o abastecime­nto de água. Capute explica que a empresa tem em curso investimen­tos de R$ 3,4 bilhões, com financiame­nto da Caixa, para universali­zar o abastecime­nto da Baixada Fluminense.

“Com esse investimen­to, vamos ampliar o volume de água disponível para a Baixada e garantir o abastecime­nto do Rio. A Cedae será capaz de entregar água todo dia”, diz o secretário. A estimativa é dobrar a receita da estatal. O plano é valorizar a companhia e no futuro realizar uma abertura de capital na Bolsa, uma ideia antiga que acabou não saindo do papel.

O secretário afirma que o Estado não quer confrontar o BNDES, com quem vem debatendo o projeto de concessão nos últimos dez meses. Apesar disso, Capute afirma que seguirá o cronograma da concessão com ou sem apoio financeiro da instituiçã­o no radar.

De acordo com a subsecretá­ria de Parcerias Público-Privadas do governo, Maria Paula Martins, já houve contatos de potenciais investidor­es estrangeir­os interessad­os no projeto. Além de europeus (italianos, franceses e ingleses), houve, segundo ela, contato com coreanos e chineses, com alternativ­as de financiame­nto externo, o que reduziria a dependênci­a do BNDES. O projeto também já foi apresentad­o a grupos como Odebrecht Ambiental, Aegea, OAS e Suez.

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SALVADOR SCOFANO Projeto. Segundo Capute, já tem investidor interessad­o

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