O Estado de S. Paulo

Alemanha nega socorro ao Deutsche Bank

Governo reagiu à notícia de que as autoridade­s financeira­s ajudariam o banco a pagar multa de US$ 14 bi nos EUA

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O governo alemão negou ontem que esteja trabalhand­o em um resgate do Deutsche Bank, uma vez que o maior banco da Alemanha reforçou suas finanças com a venda de seguradora no Reino Unido.

O Deutsche Bank enfrenta uma penalidade de US$ 14 bilhões imposta pelo Departamen­to de Justiça dos Estados Unidos e preocupaçõ­es sobre seus recursos pressionar­am as ações da instituiçã­o para um recorde de baixa na terça-feira. A situação do banco elevou preocupaçõ­es sobre a saúde do setor financeiro na maior economia da Europa.

O Ministério das Finanças da Alemanha negou reportagem publicada pelo semanário Die Zeit que afirma que o governo alemão e autoridade­s fi- nanceiras estavam trabalhand­o em um possíveis medidas para permitir que o Deutsche Bank venda ativos para outros bancos, o que reforçaria as finanças do banco.

A publicação afirmou que o governo alemão poderia assumir uma participaç­ão direta de 25% no Deutsche Bank em caso de extrema urgência. O jornal não citou fontes.

O governo ainda espera que o Deutsche Bank não precise de apoio estatal e apenas cenários para um possível resgate estavam sendo discutidos até Reação agora, disse o Die Zeit.

“Essa reportagem está errada. O governo alemão não está preparando um plano de resgate, não há razão para se especular sobre isso”, disse o ministé- rio em comunicado.

Duas fontes próximas ao assunto afirmaram que a autoridade financeira da Alemanha, Bafin, não está trabalhand­o em um plano de emergência.

Mercado de capitais. As ações do Deutsche Bank, que perderam cerca de metade do valor neste ano, avançaram 2,04% o nt e m. Um p o r t a - v o z d o Deutsche Bank também negou a publicação do Die Zeit e se referiu a uma entrevista do presidente executivo do banco, John Cryan, ao diário alemão Bild.

“Em nenhum momento eu pedi apoio à chanceler. Nem sugeri qualquer coisa como is- so”, disse Cryan ao Bild, em resposta a uma reportagem que afirma que o executivo pediu a Angela Merkel ajuda sobre a penalidade de US$ 14 bilhões imposta pelos EUA contra o banco para resolver acusações relacionad­as a vendas de títulos atrelados a hipotecas.

Ontem pela manhã o executivo-chefe do Credit Suisse Group, Tidjane Thiam, disse em um evento em Londres que os bancos europeus estão em uma “situação muito frágil” e que este setor não pode ser visto como um investimen­to.

“Só um tolo tenta fazer uma previsão de cinco anos em um mundo que está tão sem direção.”

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