O Estado de S. Paulo

Indicado para órgão ambiental processou EPA

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Uma luta legal pela limpeza de dejetos de frango que poluíam as águas do nordeste de Oklahoma estava em andamento havia seis anos, quando o advogado conservado­r Scott Pruitt se tornou o procurador-geral do Estado. Sua reposta: desacelere a ação.

Em vez de pressionar o juiz federal para punir as companhias, o novo procurador fez um acordo às escuras para prolongar o estudo do caso. O movimento ocorreu depois de Pruitt ter conseguido centenas de dólares em campanhas de contribuiç­ões de executivos e advogados da indústria avícola.

Sua antipatia pela regulação federal – ele processou a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) 14 vezes – de certa forma definiu seu mandato como procurador.

Agora, Pruitt, escolhido pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para liderar a Agência de Proteção Ambiental, poderá realizar uma grande mudança em Washington.

Se sua nomeação for confirmada pelo Senado, Pruitt deve deixar de lado a abordagem ambiental agressiva da gestão Barack Obama e adotar uma mais colaborati­va com as indústrias processada­s pela agência, muitas das quais tiveram papel na evolução da carreira de Pruitt.

O impacto da nomeação recai também sobre questões do clima já que a EPA impõe e executa normas do combate ao aqueciment­o global. “Ele defendeu e concorda com os lucros das empresas, sejam companhias avícolas ou do setor de energia, à custa das pessoas que bebem a água ou respiram o ar contaminad­o”, afirma Mark Derichswei­ler, que liderou o setor do Departamen­to de Qualidade Ambiental de Oklahoma, responsáve­l pela supervisão da limpeza relacionad­a com aves. Em 2015, ele se aposentou, frustrado com a nomeação de Pruitt.

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