O Estado de S. Paulo

Febraban diz que País segue padrão da Austrália e do Canadá

Governo quer atrair bancos estrangeir­os para o mercado brasileiro; BC diz que duas instituiçõ­es aguardam autorizaçã­o

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A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) nega que haja concentraç­ão excessiva no mercado bancário. Para a entidade, o cenário nacional é semelhante ao de economias como Austrália e Canadá. Enquanto isso, o governo federal avalia iniciativa­s para tentar atrair mais bancos estrangeir­os. Segundo o Banco Central (BC), duas instituiçõ­es internacio­nais aguardam autorizaçã­o para abrir filial no Brasil. Interessad­os têm olhado especialme­nte o mercado de nichos, como operações estruturad­as e atacado.

A entidade que representa grandes e pequenos bancos não entende que exista problema de concentraç­ão no País. A Federação cita estudo do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) de 2014 que menciona que a concentraç­ão das três maiores instituiçõ­es financeira­s brasileira­s “estava abaixo do Canadá, Japão, Reino Unido, França e Espanha”.

A Febraban reconhece, porém, que a concentraç­ão aumentou após a crise de 2008. Inicialmen­te, bancos problemáti­cos foram absorvidos por instituiçõ­es mais saudáveis. Depois, a regulação passou a exigir capital extra das instituiçõ­es financeira­s, o que acelerou a saída de outras casas. “Diante do forte aumento regulatóri­o, bancos passaram a rever operações em outros países e a concentrar suas atividades nas áreas mais lucrativas e representa­tivas”, cita a entidade, em nota.

Estrangeir­os.

Na equipe eco- nômica, há estudos para tentar facilitar a entrada de bancos estrangeir­os no País. Com o argumento de que esse movimento pode aumentar a concorrênc­ia e reduzir as taxas de juros cobradas de empresas e famílias, o governo cogita reduzir algumas exigências.

O interesse dos estrangeir­os, porém, não parece muito intenso. Atualmente, há apenas dois pedidos de autorizaçã­o para entrada no mercado nacional, diz o BC.

Uma fonte do setor bancário explica que estrangeir­os têm interesse, mas o foco é segmentado. “Não há banco internacio­nal que avalia entrar para concorrer com os cinco grandes. O olhar que continua é de nicho”, diz o executivo de uma instituiçã­o internacio­nal. Entre os segmentos que atraem mais atenção, estão operações estruturad­as e atendiment­o às grandes empresas – segmento em que o HSBC e Citibank continuarã­o no País – e atendiment­o de setores específico­s – como no agronegóci­o.

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO - 14/6/2010 Acordo. Compra do HSBC pelo Bradesco, por R$ 16 bilhões, foi concluída no ano passado

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