ECONOMIA
Cartões de crédito
Demorou demais para o governo intervir nos juros do rotativo do cartão de crédito. Minha esposa possui um cartão, que nós usamos para pagar uma série de aquisições, cujas faturas, quitadas, ela converte em milhas. E há muito tempo, toda vez que recebo as faturas fico indignado com uma folha que vem em apartado sugerindo que pode ser paga apenas uma parcela e financiado o restante. Para mim, é evidente que a instituição procura induzir o cliente a parcelar a conta, pois a taxa de juros, como informa o Estadão, fechou 2016 em 484,6% ao ano! A sugestão vem até com o retrato de um apresentador de TV, para ajudar a induzir o incauto a aceitar a “oferta”. Ora, é vidente que com esses juros a dívida se torna impagável. Bancos e outras instituições financeiras alegam alto índice de inadimplência, tanto para o cheque especial como para os cartões de crédito, mas jamais apresentaram planilha confiável que justifique juros tão elevados. Parece mais uma prática de usura, que o governo há muito já deveria ter proibido. Não por acaso os bancos no Brasil apresentam os maiores lucros do planeta. GILBERTO PACINI benetazzos@bol.com.br São Paulo
O mimimi dos juros
A Selic cai e os juros do cartão de crédito sobem. Vergonha nacional que se eterniza. E a Febraban explica com aquele mimimi de sempre... Acorda, Brasil. LUIZ HENRIQUE PENCHIARI lpenchiari@gmail.com Vinhedo
Previdência Social
Não é preciso ser doutor em finanças públicas nem especialis- ta em previdência para constatar o óbvio nas explicações oficiais: o descompasso entre receita e despesa se deve ao aumento do desemprego de trabalhadores com carteira assinada. Sem entrar nas causas da recessão, podemos afirmar que as medidas anunciadas para tentar solucionar esse déficit não serão eficazes, pois já fizemos reformas da previdência utilizando esse mesmo diagnóstico. E sempre toda a pesada e desumana carga definida para a suposta solução de equilíbrio das contas recaiu, exclusivamente, sobre os menos favorecidos. Jamais mexeram nas causas reais de tais desequilíbrios: os privilégios injustificados de parlamentares, chefes e ex-chefes de Executivos, magistrados e outras categorias funcionais, somados à falta de mecanismos institucionais eficazes de acompanhamento pela sociedade – hoje isso é possível, em tempo real, pela tecnologia da informação, quase sem custos – para evitar a corrupção e a erosão dos recursos públicos, que a Operação Lava Jato está desnudando para uma sociedade descrente. Se forem reduzidos em 50% os privilégios existentes em toda a máquina pública e criados os mecanismos de uma democracia participativa, teríamos uma economia de mais de R$ 100 bilhões/ano, que daria para equilibrar as finanças públicas sem levar mais sofrimento à gente já tão sofrida deste Brasil. E sem falar no alto índice de satisfação da sociedade com seus representantes, o componente maior e mais forte para construir uma nação com valores e próspera. FRANCISCO S. DE CARVALHO boa.franc@terra.com.br Rio de Janeiro
Sobrou para o consumidor
O famoso desconto de 20% oferecido pela ex-presidente Dilma Rousseff nas contas de luz foi, digamos, puro teatro. A União tem uma dívida bilionária com as em- presas do setor elétrico e essa conta chegou. Para o consumidor! Haverá aumento de 9% nas contas para cobrir o rombo deixado pelo “descontaço” do populismo barato. Em plena recessão, com perda do poder de compra e desemprego em alta, esse aumento terá um sabor amargo. WILLIAN MARTINS martins.willian@globo.com Guararema que o comando da Polícia Militar (PM) recomenda, de qualquer forma o cidadão, indefeso e mesmo sem reagir, apanha feio e fica com a vida por um fio. Estamos no limite da bestialidade. A PM pode até prender os criminosos, mas é certo entre a população que logo estarão de volta às ruas. Precisamos repensar todo o sistema, essa política de acariciar a cabeça dos facínoras e dos menores violentos não está funcionando. Pode vir aí um efeito Trump tupiniquim, alguns Bolsonaros podem surgir e com propostas radicais conquistar votos suficientes para levá-los à Presidência e aos governos estaduais... Confesso que não me recusaria a ouvir tais propostas. SERGIO ARAKI YASSUDA sergio-araki@uol.com.br São Paulo