Em busca de diversidade, Campus traz 750 palestrantes
Há 10 anos no Brasil, evento tenta continuar relevante ao reunir diversas tribos – de nerds a grafiteiros
No ano em que completa dez anos de Brasil, a Campus Party – que começa terça-feira, dia 31, em São Paulo – terá 750 palestrantes das mais diversas áreas, como drones, games, empreendedorismo, ciências, comportamento e, até mesmo, grafite. Em anos anteriores, o número ficou entre 300 e 500 palestrantes. A variedade tenta compensar a ausência de grandes nomes da ciência, tecnologia e inovação. Nas primeiras edições do evento, a Campus chegou a trazer o cofundador da Apple, Steve Wozniak, e um dos “pais” da internet, o britânico Tim Berners-Lee.
“A Campus Party existe no mundo há 20 anos, mas o Brasil é o único a receber dez edições consecutivas ao longo de dez anos”, afirma o diretor-geral da Campus Party Brasil, Tonico Novaes. “Queremos que esta edição seja um divisor de águas em termos de diversidade, permitindo que a gente reúna ainda mais temas a partir daqui.”
Drones Será possível assistir batalhas aéreas de drones e demonstrações de novos aparelhos, além de participar de oficinas para aprender a construir o próprio aparelho voador
A Campus mais “diversa” se revela na lista de palestrantes principais. Da área de tecnologia, o principal nome é Mitch Lowe, um dos primeiros execu-
Video Mapping Durante toda a Campus será possível assistir a apresentações de video mapping – que projeta imagens em paredes e superfícies – feitas pelo VJ Spetto, um dos principais nomes da tecnologia
tivos do serviço de streaming de vídeo Netflix. O evento terá Walda Roseman, presidente da The Arthur C. Clarke Foundation, que vai falar sobre a liga-
Jogo Durante todo o evento será possível juntar os amigos para jogar Escape Hotel, uma brincadeira de fuga na qual as pessoas precisam sair de um quarto de hotel em, no máximo, 15 minutos
ção entre ficção científica e tecnologia; e o brasileiro Eduardo Kobra, um dos principais nomes do grafite em todo o mundo. Para Novaes, apesar de reu-
Realidade Virtual Mais de 10 simuladores com realidade virtual estarão disponíveis para que o usuário voe de asa delta, corra de carrinho de rolimã e, até mesmo, simule um combate aéreo em uma guerra
nir pessoas tão diferentes, todas elas estão ligadas pela inovação.
Área gratuita.
A programação da Open Campus – espaço de empresas e governo que traz atrações gratuitas – também reflete a busca por diversidade. Os visitantes poderão pilotar drones, participar de batalhas submarinas com robôs, simuladores com realidade virtual e oficinas com impressoras 3D ( ler mais ao lado).
Com essas opções de programação, a Campus Party espera receber cerca de 8 mil campuseiros pagantes – que ficam acampados no Anhembi Parque – e mais de 120 mil pessoas na Open Campus. Para assistir as palestras e participar do acampamento colaborativo, ainda há ingressos à venda no site da Campus por R$ 240.
Lotação. Como em anos anteriores, a infraestrutura para acomodar tanta gente é a parte mais crítica do evento. Em geral, os campuseiros reclamam da falta de ar-condicionado e da ausência de conexão Wi-Fi – esta última, cada vez mais importante, pela popularização dos smartphones.
“Wi-Fi é coisa do futuro”, justifica Novaes. “Por meio de cabeamento, oferecemos conexão com velocidade de 40 gigabits por segundo (Gbps). Como não dá para oferecer essa velocidade no Wi-Fi, optamos por não ter.” Sobre o calor, ele justifica que os campuseiros reclamam também quando há arcondicionado. “É preciso chegar a um consenso.”