Parlamentar tucano assume a Secretaria de Governo
Escolha de Antonio Imbassahy, que substitui Geddel Vieira Lima, já estava acertada com PSDB desde o fim do ano
Depois da escolha dos novos presidentes do Senado e da Câmara, com a vitória de Eunício Oliveira (PMDB-CE) na primeira Casa, e a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na segunda, o presidente Michel Temer anunciou oficialmente ontem a nomeação do deputado tucano An- tonio Imbassahy (BA) para a Secretaria de Governo, no lugar do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que caiu em novembro, acusado de praticar tráfico de influência.
A escolha do tucano foi acertada no fim do ano passado para agradar ao PSDB, que à época vinha criticando o governo e ameaçava lançar candidato próprio à presidência da Câmara para concorrer com Maia, nome favorito do Palácio do Planalto para o comando da Casa.
“O presidente Michel Temer está nomeando o deputado Antonio Imbassahy para ocupar a Secretaria de Governo da Presi- dência com as atribuições de conduzir o diálogo com o Congresso Nacional, para votar as reformas do governo federal, fundamentais para a retomada do crescimento de nossa economia”, disse o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola.
Cargo. Com a entrada de Imbassahy para comandar a Secretaria de Governo, o grupo do ex-ministro Geddel Vieira Lima deve desocupar os cargos que ainda mantêm na pasta. Um deles é o do chefe de Gabinete, Carlos Henrique Sobral, também ligado ao ex-presidente da Câmara e deputado cassa- do Eduardo Cunha (PMDBRJ), atualmente preso pela Operação Lava Jato.
Num dos últimos acertos, Sobral ficaria trabalhando para o irmão do ex-ministro, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDBBA), que ontem perdeu a eleição para cargo na Mesa Diretora da Câmara. Com a derrota, auxiliares de Temer dizem que não sabem o que será feito.
Imbassahy já havia sido escolhido no fim de 2016, mas, após pressão do Centrão – grupo informal de 13 partidos – Temer adiou a escolha. À época, o grupo ameaçou boicotar a instalação da comissão da Reforma da Previdência, atrasando a tramitação na Câmara do projeto prioritário para o governo.