O Estado de S. Paulo

Moro solta ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira

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O juiz Sérgio Moro mandou soltar o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira. Alvo da Operação Abismo, desdobrame­nto da Lava Jato que investiga propinas em obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvi­mento da Petrobrás (Cempes), Ferreira estava preso desde 23 de junho do ano passado. Em dezembro, Moro estipulou fiança de R$ 1 milhão para soltar o ex-tesoureiro, mas a defesa alegou que ele não dispõe dessa quantia.

Em janeiro, a juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro em férias, reduziu a fiança para R$ 200 mil, valor também não alcançado por Ferreira – seus advogados depositara­m R$ 164,9 mil e ofertaram ainda um carro.

Ontem, o juiz da Lava Jato confirmou o valor a ser recolhido em R$ 200 mil e mandou soltar o ex-tesoureiro. A quantia remanescen­te deverá ser depositada em 45 dias. “Concedendo ao acusado o benefício da dúvida, pois é possível que tenha gasto o valor que lhe teria sido repassado com consumo ou em outras finalidade­s, é o caso de liberá-lo desde logo”, decidiu Moro.

Em seu despacho, Moro destacou que ‘é um tanto discutível’ o argumento do ex-tesoureiro de que não possui recursos para cobrir o valor da fiança. O juiz observou que o próprio Ferreira admitiu ter recebido “valores vultosos” do lobista Alexandre Romano, o Chambinho, delator da Operação Abismo.

Ao mandar soltar o ex-tesoureiro, Moro impôs a ele, além da fiança, algumas condições, como proibição de deixar o País e a obrigação de entregar os seus passaporte­s, brasileiro­s e estrangeir­os. “O descumprim­ento das medidas cautelares poderá ensejar a decretação da prisão preventiva”, disse o juiz.

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