O Estado de S. Paulo

Londres dá garantias a imigrantes europeus

Governo britânico indica que uma prioridade no Brexit será negociar acordo de reciprocid­ade com quem fica na UE e evitar expulsões

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O governo britânico reiterou ontem que garantir os direitos dos cerca de 3 milhões de cidadãos de outros países europeus residentes no Reino Unido será uma prioridade em suas negociaçõe­s para a saída da União Europeia (UE), indicou o chamado “livro branco” que descreve a estratégia do governo para o Brexit. O documento foi apresentad­o ontem ao Parlamento para atender as exigências dos deputados.

O texto esclarece que ainda não foi possível acertar um acordo de reciprocid­ade com os outros 27 Estados-membros da UE sobre a situação dos cidadãos. O documento – uma lista de objetivos, mais do que uma estratégia –, tem como base 12 prioridade­s citadas pela primeira-ministra Theresa May em seu discurso do dia 17. Sua divulgação é uma concessão aos deputados que se queixaram do sigilo que rodeava os preparati- vos para a saída da UE. Ao apresentar o “livro branco”, o ministro do Brexit, David Davis, prometeu obter um consenso nacional sobre como o país deve abandonar o bloco.

Na quarta-feira, a Câmara Baixa do Parlamento aprovou por maioria o projeto de lei que dará início às negociaçõe­s sobre o Brexit. O texto será votado novamente pela Câmara dos Comuns antes de ser enviado à Câmara dos Lordes (Câmara Alta). A premiê foi forçada pela Suprema Corte a apresentar o projeto de lei ao Parlamento.

O “livro branco” não chega a garantir os direitos dos cerca de 3 milhões de cidadãos de outros países da UE residentes em território britânico. O governo britânico quer que essa questão faça parte de um acordo preliminar, garantindo a reciprocid­ade das decisões. O documento divulgado ontem afirma que proporcion­ar segurança dos cidadãos europeus no Reino Unido é uma prioridade, assim como garantir a assistênci­a aos britânicos em países da UE.

Vários deputados pressionam o governo a resolver essa situação o quanto antes e muitos manifestar­am seu mal-estar ontem pelo fato de o documento não ter avançado mais. O porta-voz trabalhist­a do Brexit, Keir Starner, insistiu que o governo deve garantir unilateral­mente os direitos dos imigrantes europeus. O texto confirma, como disse May, que o Reino Unido pretende abandonar o mercado único e a união alfandegár­ia, e reitera os planos de alcançar um acordo comercial “ambicioso” com a UE que inclua o comércio mais livre possível. Ele reconhece que entre as questões a serem decididas está o mecanismo de resolução de disputas que substitua a corte com sede em Luxemburgo.

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FILIPPO MONTEFORTE/AFP Mudanças. Marinha patrulha Malta durante cúpula da UE

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