O Estado de S. Paulo

‘Não tive aumento, eu resolvi ficar por minha conta própria, pelo desejo de permanecer’

Jogador rejeita propostas da China, Inglaterra e Itália, promete dedicação e diz que ainda sonha em brilhar na Europa

- Gonçalo Junior

Apesar dos altos e baixos em 2016, Lucas Lima ainda é uma unanimidad­e no Santos. Criativo, mas se esforça para marcar. Por causa desse dinamismo, ele lidera o time na estreia no Paulista, hoje, às 21h, contra o Linense, na Vila, na abertura da competição. “Quero fazer um Paulista ainda melhor”, diz o melhor jogador do torneio no ano passado.

As atuações também fizeram os clubes estrangeir­os crescerem os olhos. Já recusou ofertas da China, Inglaterra e Itália. Em entrevista exclusiva ao Estado, o meia de 26 anos afirma que quer jogar na Europa, mas decidiu ficar por vontade própria. “Só tive um aumento de salário desde que cheguei ao Santos”, diz o jogador.

O Santos chegou nas últimas oito finais e conquistou cinco títulos paulistas. Por que? Todos entram para brigar pelo título, mas alguns desmerecem o torneio quando são eliminados. Nosso time sabe jogar esse torneio. É um campeonato de mata-mata na fase final e nosso time gosta disso. É difícil chegar em oito finais consecutiv­as e ganhar a maioria, mas espero que possa ser assim também neste ano.

Você foi o melhor jogador do Paulistão 2016. Como repetir a dose? Vou ter de fazer mais do que fiz no ano passado. Tenho certeza de que os prêmios individuai­s vão aparecer se o coletivo funcionar. O primeiro objetivo é ser campeão. Depois, pensar nos prêmios individuai­s.

Que balanço você faz de 2016? É positivo. Fomos vice-campeões no Brasileiro e individual­mente consegui me manter na seleção, uma meta particular. Tive alguns obstáculos como uma lesão no final do Campeonato Paulista e no Brasileiro. Isso fez com que meu futebol oscilasse um pouco. Sei que vou ser cobrado para fazer muito mais. Eu me preparei na pré-temporada.

Perdeu espaço na seleção brasileira? O fato de atuar no Brasil influencio­u? Acho que não. O professor Tite joga em outro esquema, diferente da maneira que eu jogo no Santos. Tenho me adaptado. Sei que ele tem percebido minha evolução.

Pensa em jogar só no Brasil? Perdeu a chance de sair? Tenho vontade de jogar na Europa sim. Claro que existem centenas de jogadores que ficaram e deram certo, mas tenho esse desejo de mostrar meu valor na Europa. Quero viver novas experiênci­as no futebol.

Você acompanha o noticiário de santistas que foram para a Europa? O fato de o Ganso ter fracassado no Sevilla aumenta a pressão sobre você? Acho que não, mas é claro que fico atento ao que acontece. Nós, jogadores, conversamo­s bastante também. Na seleção brasileira, você encontra diversos jogadores que trabalhara­m e trabalham na Europa. Eles passam a experiênci­a de como é jogar lá.

Você recebeu aumento salarial do Santos para ficar? Desde que cheguei ao Santos, eu só tive um aumento. No ano passado, no começo do ano. Depois disso, não tive nada. Eu resolvi ficar mais por mi- nha conta, pela minha família e pelo meu desejo de permanecer no clube. Estou feliz.

Os salários estão em dia? Sim. Quando assumiu, o presidente avisou que teria dificuldad­es, mas que iria cumprir e vem cumprindo. Hoje, a realidade do futebol brasileiro é essa. Vários clubes têm dívidas. Não só o Santos.

O que vai mudar no Lucas? Eu me cobro para fazer mais gols. Venho jogando mais perto da área, mas acabo voltando um pouco. Espero fazer a diferença em alguns jogos, mas sempre pelo grupo. A gente não ganha nem perde sozinho.

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DAVI RIBEIRO/ESTADÃO Sonhador. Lucas Lima, que vai liderar o Santos no Campeonato Paulista, ainda tem o objetivo de atuar no futebol europeu

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