Os consumidores estão mais confiantes do que as empresas
Em janeiro, os consumidores pareciam estar mais confiantes do que os empresários tanto com relação às perspectivas de retomada da economia como na avaliação das condições próprias de cada grupo. É o que mostram a Sondagem do Comércio e a Sondagem de Expectativas do Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, com base em pesquisas realizadas entre 2 e 24 de janeiro com 1.120 empresas e 2.086 domicílios. Nos dois levantamentos houve melhora em relação a dezembro.
Cresceu o grau de satisfação com a situação atual, mas o comércio está preocupado com o custo e a disponibilidade do crédito. Assim, “é possível que a aceleração da queda dos juros sinalizada em janeiro pelo BC colabore para que a confiança – ainda muito baixa, em termos históricos – volte a registrar ganhos nos próximos meses”, notou o superintendente de Estatísticas Públicas da FGV/Ibre, Aloisio Campelo Junior.
Entre dezembro e janeiro, a situação atual do comércio evoluiu mais do que as expectativas, que já haviam mostrado uma forte evolução entre maio e setembro. Em resumo, os empresários esperam que os próximos meses confirmem as perspectivas de retomada.
Mais auspiciosa é a percepção do consumidor quanto às condições presentes: houve um crescimento de 6,2 pontos no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em relação a dezembro de 2016, atingindo 79,3 pontos em janeiro de 2017. Essa alta da confiança está “relacionada às expectativas de melhora do ambiente econômico com a queda na inflação e a aceleração do movimento de redução das taxas de juros prevista no curto prazo”, enfatizou a coordenadora da sondagem, Viviane Seda Bittencourt. Os resultados mais positivos vieram dos consumidores cuja faixa de renda familiar mensal se situa entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil.
Quanto às expectativas, também houve alta em relação a novembro, mas a melhor comparação pode ser vista num período de 12 meses: em janeiro de 2016 o índice era de 71,1 pontos, chegando a 90,8 pontos em janeiro de 2017.
A confiança do consumidor é elemento-chave para a recuperação da atividade, ainda que esta não deva ser rápida após a longa recessão. A locadora de veículos Movida corre para destravar a primeira oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Bolsa brasileira em 2017. Até o fim da tarde de ontem, a demanda estava correspondendo a cerca de metade da oferta, considerando o preço mais baixo da faixa indicativa, de R$ 8,90 a R$ 11,30. No entanto, o fim das apresentações aos investidores, o chamado roadshow, ocorre apenas na próxima segunda-feira, dia 6, quando a ação no âmbito da oferta será precificada. Ou seja: há ainda dois dias para os investidores se animarem com a companhia.
E a expectativa para o País pode estar mais positiva nos próximos dias. Já foram escolhidos os novos presidentes da Câmara e do Senado e, assim, a percepção é de que reformas, como a da Previdência, devem andar. Além disso, o novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) tem nome: Luiz Edson Fachin. A Luzio Strategy Group, consultoria que trabalha com a reestruturação de companhias, ignora o viés protecionista já sinalizado pelo presidente norte-americano Donald Trump e inaugurará, no próximo dia 17, um escritório nos Estados Unidos. Esse é seu primeiro movimento de expansão global com unidade própria. A ideia é ampliar a assessoria dada às empresas brasileiras que querem entrar ou expandir seus negócios no país. No outro sentido, também buscará ajudar as companhias norteamericanas a virem ao Brasil.
A subsidiária será chefiada por Pedro Ferro, novo sócio da consultoria, com passagem por Cummins, Meritor e Marmon, da Berkshire Hathaway, do bilionário Warren Buffett.
O instituto Great Place to Work teve, em 2016, o melhor ano em duas décadas desde que chegou ao Brasil. Apesar do cenário econômico espinhoso, com o desemprego batendo recorde ao atingir 12,3 milhões de brasileiros, o instituto recebeu a inscrição de mais de 1.700 empresas para concorrer aos seus rankings no País, dentre eles, o que elege as "Melhores Empresas para Trabalhar". O número é 15% superior ao número de corporações inscritas em 2015. O número de empresas inscritas também é o maior registrado nos 53 países que o GPTW atua. E o instituto aposta na continuidade da tendência. Prevê faturamento 23% maior em 2017 ante 2016, amparado, no Brasil, nas novas regionais no Recife, Maceió, Salvador e Vitória. Completará, assim, dez filiais no País e um total de 27 rankings. Mesmo com a crise, os brasileiros ainda se dizem dispostos a gastar com produtos cujo preço é superior à média de seus similares disponíveis no mercado. Pesquisa da Nielsen mostra que 40% dos consumidores têm interesse em comprar produtos “premium” quando se trata de roupas e eletrônicos. Busca por status aparece como uma razão para esses gastos, sobretudo em países emergentes, diz a pesquisa.