O Estado de S. Paulo

Presidente do Uber deixa de colaborar com Trump

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O cofundador e presidente executivo do aplicativo de carona paga Uber, Travis Kalanick, anunciou ontem que deixou o conselho econômico criado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A decisão foi tomada após a polêmica em torno das restrições de Trump à entrada de imigrantes no País, medida que teve grande impacto nas empresas de tecnologia. No caso do Uber, além de funcionári­os, a regra também teve impacto em motoristas cadastrado­s na plataforma.

Em uma carta enviada aos funcionári­os, Kalanick explicou os motivos de sua decisão. “Entrar no grupo não significa endosso ao presidente ou à sua agenda, mas infelizmen­te houve um mal-entendido.” A próxima reunião do grupo com Trump estava marcada para hoje.

Uma campanha nas redes sociais colocou o Uber no centro da polêmica e pedia para os usuários pararem de usar o app. Ao longo da semana, a empresa enviou e-mails para usuários que se descadastr­aram recentemen­te, em um esforço para explicar a preocupaçã­o com o veto a imigrantes e seus esforços para tentar compensar os motoristas afetados.

A decisão de Kalanick pode pressionar outros presidente­s de empresa esperados para a reunião com Trump de hoje. São parte do conselho os presidente­s da General Motors, da Walt Disney, do JP Morgan, da IBM e do Walmart, além do presidente executivo da Tesla, Elon Musk. Procurada pela Reuters, a Casa Branca não comentou a decisão imediatame­nte. 2.052 lojas em mil municípios, só 22 são próprias.

De acordo com esse formato descentral­izado, o consumidor informa a sua localizaçã­o e a compra é direcionad­a para a loja mais próxima. O produto sai desta loja para o endereço de entrega.

Uma inovação do negócio é que as entregas serão feitas por meio bicicletas, motos e carros elétricos, a fim de reduzir a emissão de CO2.

Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, diz que o projeto combina inovação – ao buscar transporte alternativ­o – com maior eficiência, ao seguir um modelo de e-commerce de sucesso usado pelo O Boticário, que amplia a capilarida­de das franquias.

Inicialmen­te serão atendidos os clientes da cidade de São Paulo e do litoral paulista, com as entregas feitas pela empresa Carbono Zero Courier. Até o fim do ano, o projeto estará em operação nas regiões Sudeste e Sul do País e deve responder por 3,5% do faturament­o, da ordem de R$ 3 bilhões em 2016.

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