O Estado de S. Paulo

Vale fecha 2016 com lucro e pagará dividendos a acionistas

Em dezembro, empresa já pagou US$ 250 mi a acionistas relativos ao ano passado; valor será complement­ado

- Mariana Durão /

Depois de amargar, em 2015, o maior prejuízo desde sua privatizaç­ão (R$ 44,2 bilhões), a Vale fechou o ano passado no azul e distribuir­á a seus acionistas dividendos de pelo menos 25% do resultado líquido ajustado, informou o diretor de relações com investidor­es da companhia, André Figueiredo.

“Ano passado, a Vale provavelme­nte teve lucro e a gente é obrigado a distribuir pelo menos 25% de dividendos. Não está decidido exatamente qual o porcentual, mas temos essa obrigação (por lei) e o faremos”, disse Figueiredo, ontem, após uma apresentaç­ão a investidor­es no Rio de Janeiro.

Em dezembro, a Vale pagou cerca de US$ 250 milhões aos acionistas relativos a 2016, com base nos resultados obtidos nos nove primeiros meses do ano e em projeções para o último trimestre. “Teremos de complement­ar isso porque tivemos lucro”, frisou o diretor. Após a divulgação do balanço do ano passado, marcada para o dia 23, caberá ao conselho de administra­ção definir se a fatia dos acionistas superará os 25%.

A expectativ­a da companhia é voltar a distribuir uma parcela maior dos lucros apenas em 2018. No auge dos preços do minério, em 2011, a Vale chegou a pagar US$ 9 bilhões aos acionistas. De lá para cá, o volume despencou. A premissa para voltar a remunerar bem é reduzir, neste ano, a dívida para entre US$ 15 bilhões e US$ 17 bilhões.

Valor do minério Em 2011, no auge dos preços do minério, a Vale chegou a distribuir US$ 9 bilhões a acionistas; reduzir dívida é premissa para voltar a remunerar bem.

A Vale aposta no aumento de sua geração de caixa e em desinvesti­mentos para atingir esse objetivo. A recuperaçã­o dos preços do minério de ferro, cotados ontem a US$ 82,40 a tonelada, tem ajudado. A empresa também tem garantido um prêmio em relação ao preço de referência por produzir um minério com menos impurezas.

Sem citar valores, Figueiredo disse que a companhia tem projeções mais otimistas que o mercado em relação à commodity por enxerga uma demanda robusta na China. O Itaú BBA, por exemplo, trabalha com preço médio de US$ 55 por tonelada para 2017 e no longo prazo.

Outra forma de levantar recursos é a venda de ativos, que soma cerca de US$ 15 bilhões nos últimos seis anos. Em 2017 a maior aposta é a conclusão da operação de venda de parte do projeto de carvão em Moçambique. O negócio pode injetar US$ 3 bilhões no caixa.

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