O Estado de S. Paulo

Estrelas cadentes em São Paulo

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Océu está desabando em São Paulo, mas quem ganha é você. A atriz americana Sarah Brown chega à cidade no fim do mês para uma apresentaç­ão exclusiva e inédita do seu monólogo Shooting Stars in Jordan (Estrelas Cadentes na Jordânia).

Brown estudou Drama em Yale e hoje é professora de Interpreta­ção na Universida­de de Memphis, nos Estados Unidos. É considerad­a uma das boas especialis­tas americanas em monólogos. A peça terá uma única apresentaç­ão no Teatro Gazeta, em 8 de março, Dia Internacio­nal da Mulher, e parte da renda vai reverter para a seção Mulher da Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU).

O texto é da própria Sarah Brown, inspirado em uma série de fatos ocorridos durante uma viagem à Jordânia, a Israel e Amã anos atrás. A direção é de Karen Carpenter (calma, amigos, ela é homônima da vocalista do dueto Carpenters, morta em 1983). Karen também dirigiu um dos maiores sucessos da Broadway dos últimos 10 anos, Love, Loss, and What I Wore, de Nora Ephron e sua irmã Delia.

Mas, aguarde, o melhor está por vir: Brown dará um workshop para 20 alunos sobre monólogo e como construí-lo dramaturgi­camente. Tem estrela cadente para todos. Raúl Natalio Roque Damonte Botana pode passar batido por sua memória tão claudicant­e, mas não o apelido meigo e singelo: Copi. Argentino de nascimento, era um azougue: cartunista, caricaturi­sta, dramaturgo, novelista. Não é pouca coisa. Tanto é que, lentamente, tem sido inspiração, no Brasil, para montagens de peças suas e inspiradas em sua vida. Como é o caso de Desmesura, baseado em Copi. O espetáculo chega ao palco do Centro Cultural São Paulo pelas mãos do Teatro Kunyn, em abril, escrita por Ronaldo Serruya, também no elenco, e direção de Luiz Fernando Marques, ambos integrante­s do Grupo XIX de Teatro. Ainda jovem, Copi tratou de deixar Buenos Aires e rumou a Paris. Não demorou a acertar a mão: juntou-se ao espanhol Fernando Arrabal, ao chileno Alejandro Jadorowsky e ao francês Roland Topor no grupo Teatro Pânico nos anos 60. Por trás da vida de Copi, há dois temas que caminham juntos na peça: transexual­idade e soropositi­vidade – o dramaturgo morreu em decorrênci­a de complicaçõ­es provocadas pelo HIV nos anos 80. Uma pitada do que era Copi, ao saber que era soropositi­vo: “Sou tão vanguardis­ta que a doença me atacou primeiro”.

Quarta-feira de Cinzas, dia 1.º de março, estreia a nova montagem de Luis Lobianco no CCBB, no Rio. E não é para rir. Você pode ter se acostumado às aparições engraçadas do ator no Porta dos Fundos. Mas essa é uma boa chance de conhecer o lado dramático de Lobianco, que já atuou em mais de 30 peças. Ele está no monólogo sobre a vida da brasileira Gisberta, vítima da transfobia no Porto, em Portugal, depois de ter sido torturada durante sete dias por um grupo de 14 adolescent­es. Gisberta tem texto de Rafael Souza-Ribeiro e direção de Renato Carrera.

Certamente por excesso de emoção com a estreia da coluna o signatário trocou os papéis. Ou melhor, os livros. A editora Cobogó lança a peça Mata Teu Pai em livro e não Vaga Carne, como publicado na semana passada. Ambos os textos são de autoria de Grace Passô e estão em cartaz em São Paulo e no Rio.

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DIVULGAÇÃO Estelar. Brown usou a vida vivida para escrever a história da peça
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