O Estado de S. Paulo

GOVERNO TEMER

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Questão de lógica

Em declaração à imprensa, o agora ministro Moreira Franco procurou rebater o divulgado pela mídia, comparando sua nomeação à tentativa de nomeação do ex-presidente Lula para um cargo de ministro a fim de obter foro privilegia­do. “Há uma diferença”, disse, após a cerimônia de posse. “Eu estou no governo, eu não estava fora do governo”. Mais adiante, disse o agora ministro que enquanto estava como secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimen­tos ele mesmo pediu que não tivesse status de ministério. E ainda: “Não foi absolutame­nte com alguma outra intenção se não a de dar mais eficiência, e mais força, à ação do presidente e da Presidênci­a”. Por sua vez, o presidente Michel Temer declarou que Moreira Franco, na realidade, já exercia funções de ministro, foi apenas a formalizaç­ão de um fato real. Ora, tais afirmações, a meu ver, se contradize­m, pois tanto a eficiência como o conteúdo da ação do presidente não dependem do fato de seu assessor ocupar um cargo denominado secretário ou ministro. O que interessa à Nação é que o presidente exerça muito bem suas funções e tire a população deste sufoco, o mais rápido possível. É uma questão de lógica. GILBERTO PACINI benetazzos@bol.com.br São Paulo

Moreira Franco

Não é crível que um membro do Executivo, por ser citado em delação e, consequent­emente, um investigad­o em potencial, seja blindado com um ministério. Quando Dilma quis blindar Lula, a grita foi geral. Trocamos seis por... cinco?! ALBERTO HILTNER alberto.hiltner@gmail.com Salvador

E os demais?

Quase toda semana somos informados de algum fato de corrup- ção no Brasil. Nas esferas municipal, estadual e federal. E sempre aparece um nome de político a ele ligado. Mas como funciona o processo? Qualquer pagamento – para serviços , materiais, equipament­os, salários, etc. – feito por uma autarquia ou empresa estatal cabe a um grupo de servidores públicos. E para que um político tenha acesso ao dinheiro ele precisa controlar a máquina administra­tiva dessa entidade. Ele o faz via controle de cargos e posições desses servidores, muitas vezes alocados ali por processos escusos, concursos fraudados, etc. Não existe corrupção sem vários atores: quem paga pela ilegalidad­e, quem permite o benefício, quem controla o dinheiro, quem audita, etc. E, lógico, quando o processo é descoberto, depende de quem vai julgar. Sem falar no desperdíci­o absurdo dos recursos pagos pelos cidadãos. Assim, ainda temos um grande caminho a percorrer. Por ora, somente os políticos estão aparecendo. E os demais? Não há como uma sociedade ser justa e desenvolvi­da quando quem está no controle do dinheiro da população não é honesto e ético. ANDRÉ COUTINHO arcouti@uol.com.br Campinas Os responsáve­is pelas agruras que estão passando algumas categorias de funcionári­os públicos são eles próprios, por não denunciare­m a corrupção. EUGÊNIO JOSÉ ALATI eugenioala­ti13@gmail.com Campinas tura. Ora, por que as montadoras gastaram fortunas para desenvolve­r a tecnologia Flex, se o preço não é atraente? Jogaram dinheiro fora? Não é preciso ser vidente, com esse preço ninguém vai abastecer com álcool. Então, essa tecnologia não serve pra nada, só encarece os carros?! CÉSAR ROBERTO A. MOREIRA caesar.joi@terra.com.br Joinville (SC)

Importação de café

Menos de uma dúzia de empresas de exportação de café solúvel está pondo de joelhos mais de 120 mil famílias produtoras de café conilon Brasil afora. Esse pessoal já abriu e conferiu via Conab todos os armazéns de produtores e exportador­es de café no Espírito Santo. A pergunta que não quer calar: por que elas não foram fiscalizad­as? Por que não entraram na contagem com seus estoques? Por que elas pedem importação sempre que o preço

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