O Estado de S. Paulo

Pentágono trabalha sob pressão por plano contra o EI

Primeira operação militar sob ordens de Trump para eliminar jihadistas no Iêmen termina com a morte de civis e soldado

- Roberto Godoy

A máquina de guerra dos EUA está em movimento – e tem até o dia 28, um mês desde a ordem executiva de Donald Trump, para apresentar um plano para destruir o Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria. Segundo o presidente americano, ocupante da Casa Branca há apenas duas semanas, “não pode haver acomodação ou negociação”. Ele ordenou ao gabinete a “estratégia para aniquilar o EI”.

O documento de quatro páginas foi entregue simultanea­mente às 13 autoridade­s do Executivo diretament­e envolvidas no processo – do vice-presidente, Mike Pence, ao Diretor Nacional de Inteligênc­ia, Dan Coats. Duas horas depois, o Pentágono fazia a primeira reunião sobre a exigência presidenci­al.

Um dia mais tarde, as coisas começaram mal. Há uma semana, um grupo do 6.º Esquadrão Seal, um dos mais eficientes times das forças especiais dos EUA, atacou uma posição da AlQaeda na Península Arábica (AQPA), no distrito de Al-Bayda, no Iêmen. Foram mortos 14 militantes, nessa primeira operação antiterror conduzida sob ordens de Trump. Também morreu um agente Seal, William “Ryan” Owens.

Uma caríssima aeronave “tilt” V-22, avaliada em US$ 72 milhões – que pousa e decola como helicópter­o, mas voa como avião –, caiu no deserto quando se dirigia ao local do res- gate dos combatente­s. Os destroços foram explodidos pelos tripulante­s para não serem tomados pelos extremista­s. A tecnologia do V-22 é considerad­a secreta na maior parte.

Desse ponto em diante, as informaçõe­s são nebulosas. Teria sido eliminado um líder regional “de grande valor estratégic­o” da AQPA e mais 13 homens da organizaçã­o. O chanceler iemenita, Abdul Malik, criticou “as execuções sem processo e os assassinat­os de civis”, referência às oito mulheres e oito crianças que teriam morrido na ação dos Seal.

Uma menina, cidadã americana, filha de Anwar al-Awlaki – integrante da Al-Qaeda nascido nos EUA –, é apontada como mais uma vítima. Há dois anos, o pai dela foi abatido em um bombardeio de drones. O presidente era Barack Obama e a

 ?? BELL BOEING ?? Baixa no Iêmen. Aeronave V-22, que custa US$ 72 milhões, foi inutilizad­a pelos EUA após cair durante operação confusa
BELL BOEING Baixa no Iêmen. Aeronave V-22, que custa US$ 72 milhões, foi inutilizad­a pelos EUA após cair durante operação confusa

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil