O Estado de S. Paulo

Fim de campanha no Equador tem oposição dividida

Analistas acreditam que legado e desgaste do presidente Rafael Correa influencia­rão mais do que as denúncias de corrupção

- Fernanda Simas

Em meio a denúncias de corrupção que envolvem a empreiteir­a Odebrecht, o Equador se prepara para eleger em duas semanas o sucessor de Rafael Correa, no poder há 10 anos, e renovar 137 assentos da Assembleia Nacional. O candidato presidenci­al governista, Lenín Moreno (Aliança País), lidera as pesquisas em parte pela divisão entre os opositores.

Diante do favoritism­o do candidato governista, a renovação do Parlamento ganhou peso especial. “A governabil­idade depende da formação da próxima Assembleia. Desde 2007, o governo tem obtido a maioria, o que permitiu levar adiante seus projetos”, afirma a socióloga Tatiana Larrea. O consultor político Oswaldo Moreno ressalta que, apesar de a aliança governista provavelme­nte continuar com a maioria no Congresso, o cenário será diferente.

“Uma das vantagens de Correa foi ter ampla maioria na Assembleia Nacional, de mais de 100 parlamenta­res. Ele governava no automático. Por isso, o próximo cenário parlamenta­r vai resultar no debate nacional de muitos temas.”

Para o consultor, essa diferença resulta do processo eleitoral e do fato de a aliança governista não ter conseguido formar uma liderança capaz de reunir votos de diferentes regiões do país. “A campanha para a Assembleia Nacional é mais local. Há bons quadros opositores em nível regional, mas nacionalme­nte ninguém se consolidou”, explica.

A consultora explica que a di-

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GARY GRANJA/REUTERS De fora. No poder desde 2007, Correa (C) apoia seu vice, Lenín Moreno (E), e aposta todo seu capital político no substituto

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