O Estado de S. Paulo

Credores querem que o governo assuma dívida

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Seja qual for o destino que será dado ao Centro Administra­tivo do DF, governo e empreiteir­as precisam responder de onde vai sair, afinal, o dinheiro que pagará o financiame­nto bilionário que bancou o projeto. Para construir o condomínio, o consórcio Centrad, formado pela Odebrecht e pela Via Engenharia, tomou empréstimo de R$ 604 milhões com a Caixa e de R$ 100 milhões com o Santander. O dinheiro está enterrado no concreto, no granito vermelho e nos vidros fumê do complexo. O consórcio deveria ter começado a pagar o financiame­nto em 2015, mas não quitou nenhuma mensalidad­e. Com juros, o passivo já ultrapassa R$ 1 bilhão.

Os bancos têm conversado com o governo para assumir a dívida do Centrad . Como se trata de empréstimo com dados financeiro­s consolidad­os e me- nos controvers­os que os demais custos que o consórcio quer cobrar do governo, o tema é avaliado. A questão é saber como o Distrito Federal, quebrado financeira­mente, com atrasos de salários de servidores públicos, vai assumir a dívida.

A Caixa diz que “a operação é protegida por sigilo bancário e não irá se manifestar”. O governo não comenta o tema, mas diz e buscar uma solução. A Centrad diz que bancou todo o investimen­to e que o DF não pagou nada. “Dessa forma, a concession­ária se encontra em situação financeira delicada, em especial com relação às obrigações com seus financiado­res.” /

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