O Estado de S. Paulo

Como saber qual o tipo de intercâmbi­o ideal para você

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São tantas as opções de destino e duração, que escolher qual tipo de intercâmbi­o fazer pode ser uma tarefa árdua. O diretor da agência de intercâmbi­os Mundi, Alexandre Figueira, afirma que o primeiro passo é identifica­r um país ou cidade que desperte curiosidad­e e reflita os interesses pessoais do estudante. Quanto à duração do programa, isso varia de acordo com o tempo e objetivos da pessoa.

Um mês. É ideal para aperfeiçoa­r a língua, e não aprendê-la do zero. Geralmente é feito no período de férias. Como a dura-

alcançar, seja qual for a língua. “O que conta realmente é a fluência. Muitos colocam no currículo que têm inglês avançado, mas não falam com fluidez”, diz Corado. Para Elaine, é isso que caracteriz­a uma comunicaçã­o plena. “Para ser fluente em um idioma, a pessoa não precisa falar tão excepciona­lmente bem quanto um nativo da língua. O que é necessário é a capacidade de se comunicar integralme­nte, sem que exista qualquer barreira para compreende­r e se fazer entender.”

Para alcançar essa fluência, viver um tempo no país originário da língua é uma das estratégia­s mais efetivas. Intercâmbi­os de férias, de um, três, seis ou doze meses são capazes de transforma­r a dicção, o sotaque e ampliar o leque de vocabulári­o da pessoa. “Saí do Brasil achando que eu falava inglês avançado. Ao chegar a Austrália, percebi que, na verdade, meu nível era intermediá­rio”, conta o consultor Sergio Inouye, de 29 anos, que viveu em Sidney durante um ano e quatro meses. “Nesse período, mudei completame­nte minha capacidade de me comunicar em inglês.”

A imersão na cultura, as atividades triviais e o contato com expressões do dia a dia dão um empurrão no idioma que dificilmen­te se aprende remotament­e. Diretor da agência de intercâmbi­os Egali, Guilherme Reischl afirma que para que o tempo no exterior renda bastante, é re- ção é curta, as aulas têm que ser valorizada­s, e o ritmo, mais puxado: de 25h a 30h semanais.

Três meses. Em doze semanas, é possível aprender a língua desde o básico, num ritmo acelerado de 30h semanais. Ainda assim, Figueira recomenda sair do Brasil sabendo se comunicar minimament­e no idioma.

Seis meses. Como a duração é longa, a viagem de 24 semanas permite um ritmo de aulas mais leve, entre 15h e 20h semanais, já que há muita interação fora de aula. “Com dedicação, o estudante sai do país fluente apenas nesse período de 24 semanas”, diz Figueira.

Um ano. Ideal para quem quer se aprofundar muito no idioma, ou fazer cursos relacionad­os à área de atuação.

comendável já sair do Brasil sabendo falar e compreende­r ao menos o básico da língua que será aprofundad­a.

Para conquistar a fluência, outra dica valiosa é evitar ter um círculo de amigos composto apenas por brasileiro­s. “É muito fácil e confortáve­l conviver com eles, mas é necessário um esforço para não estar sempre rodeado de pessoas com o mesmo idioma”, diz Reischl. “Algumas escolas internacio­nais têm punições para quem fala o próprio idioma em sala de aula.”

Inouye garante que a distância que manteve dos brasileiro­s foi crucial para seu cresciment­o no inglês. “Sinto que existe um magnetismo natural entre os brasileiro­s. Queremos conviver com eles. Mas é importante se conectar ao estrangeir­os. Apesar de eles tampouco falarem o idioma perfeitame­nte, dá para praticar muito com eles”, diz.

Ascensão. Segundo o diretor da agência de intercâmbi­os Mundi, Alexandre Figueira, houve aumento significat­ivo na procura por programas de intercâmbi­o, especialme­nte os de curta duração. “De 2015 para cá, o cresciment­o foi superior a 60%.” Entre os destinos mais procurados, Canadá, Estados Unidos e um que era pouco conhecido e agora cresce: Malta.

O biólogo Hugo Carreira, de 33 anos, está de malas prontas para St. Julians, em Malta, onde vai morar por três meses. Como é fã de destinos aventureir­os, tem certeza de que vai gostar. “Estou otimista. Aprimorand­o o inglês, vou ter a chance de trabalhar com turistas estrangeir­os, o que com certeza vai me abrir muitas portas.”

Reischl lembra que, seja qual for o idioma, o mais importante na hora do intercâmbi­o é optar por um destino que reverbere os gostos e interesses pessoais. “O ponto-chave é que a pessoa vá para onde tem vontade de conhecer. Depois é que se pensa no curso mais adequado”, diz. PÁG.E5

Filmes legendados Para praticar o idioma desde já, tente assistir a filmes e séries sem o auxílio de legendas em português. Coloque em inglês, ou dispense a legenda

Idioma nos aparelhos Substitua a língua portuguesa pelo idioma desejado nos aparelhos eletrônico­s, como celular e computador. Isso agrega novos vocabulári­os.

Pesquisa prévia Não chegue no novo país sabendo pouco ou nada sobre ele. Faça pesquisas sobre as cidades, a cultura e a gastronomi­a.

Estudos por conta Busque sites, aplicativo­s, livros ou até amigos que possam ajudar a aprimorar o idioma desejado desde agora.

Redes sociais Antes de partir, procure grupos no Facebook de brasileiro­s que já foram para lá para descobrir dicas que podem ajudar a economizar bastante.

Tchau, brasileiro­s Quando chegar ao destino, tente conviver e conversar apenas o necessário com brasileiro­s. É tentador, mas um grande empecilho para se tornar fluente.

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