O Estado de S. Paulo

Operação pode incluir outros itens além de imóvel

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A troca de dois imóveis é o tipo de permuta mais comum nas imobiliári­as. Mas outros itens também são aceitos – ou pelo menos oferecidos – como parte do pagamento. É o caso de automóveis e motos. “Quando o carro correspond­e a uma parte pequena do valor total, os vendedores acabam aceitando”, diz o diretor de vendas da imobiliári­a Lello, Igor Freire. “É uma prática bem co-

uma depreciaçã­o do valor de mercado. “Assim, o vendedor sabe que vai conseguir ganhar alguma coisa quando vender o apartament­o que aceitou como parte de pagamento.”

Segundo o CEO da Imobiliári­a Mirantte, Luiz Carlos Kechichian, ele incentiva seus funcionári­os a conhecerem muito bem seus clientes. “Às vezes, um comprador precisa ir para uma casa maior, em um bairro mum nas concession­árias: dar o carro usado como parcela do automóvel novo. Por isso, é comum acontecer na permuta imobiliári­a também”, diz o diretor comercial da Coelho da Fonseca, André Souyoltgis. O eletricist­a Fernando Carneiro ofereceu seu Chevrolet Onix 2014 como parte do pagamento do novo sobrado em Itaquera. “Precisava complement­ar o valor do apartament­o, mas não poderia ser em dinheiro porque não conseguiri­a todo o financiame­nto pelo banco.” Souyoltgis, diz que é comum os clientes oferecem gado, joias, quadros, esculturas ou outras obras de

mais afastado da cidade, porque a mãe ou a sogra vai se mudar para a residência dele. Então, o corretor pode oferecer a permuta para uma família, que ele saiba que deseja migrar para um apartament­o pequeno porque os filhos saíram de casa, por exemplo.”

Motivos. Além da crise e de necessidad­es pessoais específica­s, outras razões que fazem os clien- arte e até avião. “Não são ofertas comuns, mas acontece. E tem gente que aceita.” Segundo o CEO da Imobiliári­a Mirantte, Luiz Carlos Kechichian, antigament­e até linha telefônica era ofertada na compra de um imóvel. “Hoje, as tentativas mais inusitadas são de barras de ouro e títulos do Tesouro, mas é bem difícil dar certo uma permuta dessa.” No entanto, quando a troca envolve o uso desses bens para pagar um imóvel (em vez de imóvel por imóvel) as imobiliári­as não podem cobrar comissão. “Como não é considerad­o intermedia­ção imobiliári­a, não há comissão.”

tes aceitarem as permutas são a vontade de se livrar de altas taxas condominia­is ou IPTU. “Se o vendedor está com dificuldad­e de achar um comprador que pague em dinheiro a quantia total, é melhor aceitar a troca por um apartament­o menor e gastar menos com condomínio e manutenção”, diz Freire.

As permutas – que, na verdade, funcionam como uma compra e venda dupla – são interes-

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