Braskem vai investir US$ 675 milhões em fábrica nos EUA
Nova unidade da petroquímica, sociedade entre Petrobrás e grupo Odebrecht, deve ser concluída até 2020
A Braskem, maior grupo petroquímico da América Latina, vai investir US$ 675 milhões para construir uma nova fábrica de polipropileno (matéria-prima para produzir plástico) nos Estados Unidos, informou ao mercado a companhia na noite da quarta-feira. Esta será a sexta unidade do grupo, que tem a Petrobrás e o grupo Odebrecht como principais acionistas, em território americano.
A companhia brasileira espera concluir a construção da unidade baseada em La Porte, no Texas, no primeiro trimestre de 2020. A nova fábrica terá capaci- dade para produzir 450 mil toneladas de polipropileno por ano, de acordo com a nota.
As ações da Braskem acumulam baixa de quase 7% em 2017, apesar das expectativas de lucro operacional mais forte, após as investigações de corrupção envolvendo a petroquímica. Em dezembro, a Braskem fechou acordo de leniência com o Ministério Público Federal por seu envolvimento na Operação Lava Jato, comprometendo-se a pagar US$ 957 milhões, ou cerca de R$ 3,1 bilhões, como parte de um acordo global.
Exterior. Com receita de R$ 54 bilhões em 2016, a Braskem é o principal negócio do conglomerado baiano. Em seu plano de desinvestimento, a Petrobrás já tornou pública a decisão de vender sua fatia no grupo, de 36%. Hoje, 50% da receita de petro-
química vem de fora do Brasil.
Ao mercado, a Odebrecht tem sinalizado que não tem a intenção de vender sua parte da companhia. Em entrevista ao Estado em abril deste ano, o presidente do grupo, Fernando Musa, afirmou que os principais investimentos da Braskem, nos próximos cinco ou dez anos, seriam concentrados fora do Brasil. No mercado interno, os aportes serão incrementais, mas sem um salto relevante.
O grupo concluiu no ano passado um dos seus maiores projetos – o complexo petroquímico do México –, com aporte de US$ 5,2 bilhões, em parceria com a mexicana Idesa. Com capacidade de produção integrada de 1,05 milhão de toneladas de eteno e polietileno por ano, a planta utiliza o gás natural como principal matéria-prima. No Brasil, a nafta é o principal insumo.
/REUTERS